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O amor pela educação do consagrado religioso Marista se dá pela experiência de encontro e de estar com Jesus, afinal, é Ele que nos convida a viver em comunidade e colocar os nossos dons a serviço do próximo. Por isso, a educação vai muito além de livros e salas de aula: demanda, antes de tudo, amor. 

Marcelino Champagnat, em carta ao Irmão Barthélemy, expressa claramente este ponto e ressalta a nobreza da vocação de ser professor de crianças:

“Digam a seus meninos que Jesus e Maria amam muito todos eles: os que são bem comportados porque são parecidos com Jesus, que é o máximo de bom comportamento; dos que ainda não são, porque vão ser. Digam que a Santíssima Virgem também os ama, porque ela é a Mãe de todos os meninos das nossas escolas. Digam mais, que eu também os amo e que nenhuma vez subo ao altar sem me lembrar de vocês e de seus queridos meninos. Desejaria eu ter a felicidade de ensinar, de consagrar minhas atenções de maneira mais direta para formar essas criaturinhas delicadas.” 

(Carta de 21 de janeiro de 1830)

Esta carta é inspiração até hoje para os Maristas: inspira todos a colocar seus dons a serviço da Igreja através da educação de crianças e jovens nas realidades onde estamos inseridos. Assim, se dá continuidade ao sonho de Champagnat: “tornar Jesus Cristo conhecido e amado”, e formar “bons cristãos e virtuosos cidadãos” através da educação.  

Isso acontece por um estilo marista próprio, baseado na visão integral que determina: “para educar bem as crianças é preciso, antes de tudo, amá-las, e amá-las todas igualmente”. 

Assim, os valores maristas da presença, simplicidade, amor ao trabalho, espírito de família, sustentabilidade, solidariedade, espiritualidade e interculturalidade devem ser compreendidos como um conjunto de pontos de vista, deveres, julgamentos, preferências e padrões de associação que determinam a visão de mundo de um indivíduo, e afetam diretamente a abordagem educacional praticada.

Esta missão desafia todos a serem pessoas de visão, a viver o núcleo dos valores maristas e a guiar outros a vivê-lo. Afinal, são representantes de Marcelino Champagnat na comunidade educativa, conduzindo-a com confiança e otimismo, animados pela espiritualidade apostólica marista.

Champagnat, em sua sabedoria, afirmou: “Se fosse apenas para ensinar ciências humanas aos jovens, não haveria necessidade de Irmãos: bastariam os demais professores. Se pretendêssemos ministrar apenas a instrução religiosa, limitar-nos-íamos a ser simples catequistas. O nosso objetivo, contudo, é mais abrangente. Queremos educar as crianças, isto é, instruí-las sobre os seus deveres, ensinar-lhes como praticá-los, infundir-lhes o espírito e os sentimentos do cristianismo, os hábitos religiosos, as virtudes do cristão e do bom cidadão. Para tanto, é preciso que sejamos educadores, vivamos no meio das crianças e que elas permaneçam muito tempo conosco”.