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A vida é um dom inalienável. Isso quer dizer que viver não pode ser medido por qualquer tipo de interesses, como financeiros ou ideológicos. A vida é, portanto, um dom concedido diretamente por Deus. É um dever de todos nós cuidá-la e preservá-la como a verdadeira dádiva que é. E uma das várias formas de se dedicar a essa missão é o cuidado com os enfermos, nos momentos nos quais as pessoas mais precisam de apoio físico e, principalmente, espiritual.
Vejamos, nesse sentido, o exemplo de vida deixado por Marcelino Champagnat. São inúmeros os relatos da sua vida em que dedicou horas de caminhada pela região montanhosa do interior da França onde viveu para ministrar o Sacramento da Unção dos Enfermos. Marcelino colocou seu tempo e esforço para estender a mão a quem mais precisava de palavras de conforto, como veremos a seguir.
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O zelo pela vida dos irmãos
Começando pela rotina com os mais próximos, no convívio diário, Marcelino Champagnat sempre zelou pela vida dos irmãos e nunca relativizou a saúde deles. Nas cartas escritas por São Marcelino, podemos perceber a ternura e o coração de pai que moviam Champagnat no cuidado aos irmãos. É uma passagem na qual fica clara a importância dada por nosso fundador ao cuidado com a saúde e seu empenho em buscar a proteção da vida dos irmãos.
“Caro amigo, o que mais me aborrece é que me disseram que anda adoentado. Você não pode ficar doente a ponto de não poder se levantar. Se você estivesse no quartel, os chefes lhe dariam um tempo para você se restabelecer. Se não conseguir seu certificado em setembro, vai consegui-lo mais tarde. Não queremos enterrá-lo tão cedo, você ainda não trabalhou ainda o bastante para o Céu.”
Ensinamentos pelo exemplo de cuidar dos enfermos
No livro “Relatos sobre Marcelino Champagnat”, do Irmão Sylvestre (Félix Tamet), com tradução de Ir. Aristides Zanella (1999) e Ir. Ivo Antônio Strobino (2013), é possível conferir vários episódios que nos ajudam a entender ainda mais esse lado dedicado de São Marcelino.
“Ele mesmo visitava os Irmãos doentes todos os dias, para dirigir-lhes palavras de consolo ou para saber se nada lhes faltava. Queria que essa fosse a motivação de todos”, descreve parte da publicação.
Em outro trecho, é possível descobrir, também, que Marcelino mantinha as visitas a enfermos como um hábito, mesmo que isso exigisse muito esforço físico e mental.
“Suas frequentes visitas aos doentes e seu desvelo em administrar-lhes os sacramentos, quando percebia que o estado de saúde da pessoa era grave, permitiram-lhe confidenciar a certa pessoa amiga, quando deixou de atuar na paróquia, que nenhum doente havia morrido naquele período, sem que tivesse chegado a tempo para oferecer-lhe o conforto dos sacramentos. Quando solicitado para atender doentes, não se demorava; deslocava-se com muita pressa. Antes de qualquer saída, tinha o costume de fazer uma visita ao Santíssimo Sacramento; no regresso, também”, detalha o livro.
O livro completo está disponível neste link
Oração pelos enfermos e um chamado a cuidar e zelar pelas vidas
Mas e nos dias de hoje? Podemos aprender uma lição sobre isso com a pandemia do novo coronavírus, por exemplo. Essa situação nos alertou ainda mais para a necessidade de darmos toda a assistência física e espiritual aos doentes nas horas mais difíceis.
O próprio Papa Francisco nos convocou diversas vezes, nesses últimos meses, da solidão de seu isolamento cumprindo o distanciamento social, a rezarmos juntos pela recuperação dos enfermos. Uma das orações mais marcantes ocorreu em março, acompanhada do lançamento de um vídeo, que convocou a todos a usarem a hashtag #PrayForTheWorld para rezar pelo fim da pandemia. O vídeo está no site Vatican News e a oração você confere a seguir:
“À Vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus.
Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades;
Mas livrai-nos sempre de todos os perigos,
ó Virgem gloriosa e bendita”.
Vamos juntos seguir os passos de Marcelino?
Inspirados pelo exemplo de Marcelino, fazendo uma ponte para o mundo em que vivemos nos dias de hoje, cabe a nós, assim como fez Champagnat, encararmos essa tarefa de tomar o cuidado com a vida e os enfermos como uma missão. A começar por nos dedicarmos à oração e a proporcionar palavras de conforto aos enfermos que mais precisam da nossa atenção.Pensemos, ao evocarmos esses ensinamentos de Champagnat: como cuidamos de nossas vidas e das vidas que nos são confiadas?
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