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É comum ter aquela sensação de que não cabemos mais dentro de nós mesmos: um sentimento profundo de insuficiência, de um jeito que parece que precisamos sempre fazer algo que não sabemos bem dizer o que é… 

Ou até mesmo a impressão de não conseguir encher completamente os pulmões, como se algo faltasse sempre. Refletindo, com algum trabalho e atenção, é possível dar um nome para este conjunto de sintomas: vocação. Neste texto, falamos sobre como ressignificar sentidos, explorar caminhos e, assim esperamos, fazer o vazio incômodo desaparecer. 

 

Vocação e completude 

A vocação – seja ela qual for – nos permite sentirmos completos. A sensação boa de saciedade, completude, de estarmos fazendo aquilo que nascemos para fazer. Estar no lugar certo, na hora certa: além de conversar intimamente com o que nós somos de fato, ela também tem o poder de dialogar com aquilo que nós fazemos no dia a dia.

E não há receita melhor para a felicidade real do que aliar aquilo que sabemos que somos com aquilo que sabemos que “nascemos pra fazer”. 

Isso tudo também se relaciona com a missão de cada um. Não de uma forma empresarial, como missão e valores de uma instituição, mas sim do sentido da vida, aquele quase mistagógico/escatológico — que se refere à vida, filosofia, religião. 

Precisamos olhar para a missão da nossa vida como a própria materialização do sonho de Deus expresso na descoberta de nossa vocação. 

 

Afinal, como entender qual a sua missão de vida?

Absolutamente todos têm uma missão a desempenhar e encontrar esses motivos na vida é encontrar a própria felicidade. Abaixo, alguns aspectos para avaliar e tentar entender qual a sua missão neste mundo: 

 

  1. Analise seus gostos pessoais
    O que você mais gosta de fazer no dia a dia? Com que atividades você se sente mais à vontade? Há públicos com os quais se identifica mais? (Exemplos: crianças, idosos, jovens, etc.)
  2. Quais são suas habilidades?
    Sabe tocar algum instrumento musical? Gosta de dramaturgia? Tem facilidade em consertar coisas? É um bom comunicador? Gosta de literatura?
  3. Quais são suas disposições?
    Gosta de aprender? Escolhe estar no meio das pessoas sempre que possível? Interage com diferentes grupos de diferentes faixas etárias? Pretende sair da casa dos seus pais? Está buscando emprego? É muito seletivo na alimentação?
  4. O que você não faz de jeito nenhum?
    Quais valores são inegociáveis? De que sentimentos não abre mão? Tem algum que você acha que não deveria sentir? O que você evita fazer se puder? Tem algum lugar da cidade a que você não iria de forma alguma? Por que você não iria?
  5. E a espiritualidade?
    De que forma você se conecta com o transcendental? Quais são os valores universais em que acredita? Segue alguma ética, alguma moral? O que já aprendeu com a vida? Deus tem um significado especial para você?

 

Muitos destes aspectos ajudam a constituir a missão de vida, afinal ela é complexa: não se trata de um simples projeto realizado numa tarde qualquer de retiro na Igreja. Ela é mais, porque nós somos mais. 

Mais complexos, profundos, audazes, mais persistentes, mais humanos. Ao se pensar em missão nós precisamos olhar para a inteireza de nossa existência e perceber que mais que uma escolha a se fazer, é aceitar a condição vital construída no dia a dia. 

 

Cada missão é única

A missão de cada vida está diretamente relacionada à vida que se leva. Deus nos chama a partir de nós mesmos, pois somos a peça faltante que compõe o todo do sonho de Deus para cada um de nós e de nosso entorno. 

É com nossa condição que Deus conta, condição essa que está em constante aperfeiçoamento e sempre voltada a Ele. Uma condição que muda diariamente porque a mudança faz parte da dinâmica de Deus.

Buscar a autenticidade de nossa missão vital é o caminho genuíno da felicidade. O próprio Deus, a exemplo do que fez em Emaús, caminha ao nosso lado sem que sequer saibamos ou percebamos. Mas Ele, no momento oportuno e da forma mais acertada, manifesta sua presença, nos coloca na roda da sua vida e nos fala ao coração, motivando nossas aspirações e convertendo nossas escolhas.

Fazemos parte da intimidade da missão de Deus no mundo e compomos a estrutura da Graça dispersa no mundo todo. Com nossa missão pessoal, trabalhamos pela ressignificação das coisas na perspectiva cativante do Sonho de Deus. 

Agora é o momento de refletir: Qual é a sua missão de vida?