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Para algumas pessoas, a descoberta da vocação ocorre num estalo. Um esbarrão na rua pode ser o primeiro contato com a futura esposa ou o futuro marido. Ou então o tênis desamarrado bem em frente a uma igreja pode ser um convite a adentrá-la conhecer um religioso e a partir desse contato, sentir-se chamado à vida religiosa.

No entanto, o que podemos dizer com convicção é que não temos controle de como, quando e onde vai ocorrer essa descoberta. Mas, sabemos bem que todos nós somos chamados a uma missão e, de algum modo, a realizar algo em e com nossas vidas.

Como ouvir esse chamado?

Primeiramente, um dos passos mais importantes para encontrar o caminho é se esforçar para ouvir a própria voz interior e se aproximar de Deus. Vivemos em um tempo em que é mais comum fixar o olhar para fora de nós mesmos. Mas fechar os olhos e se dedicar a enxergar o “eu” que fala dentro de nós é um modo de depositar um sopro de esperança na própria vida.

Ao buscar as respostas dentro de si, é mais fácil perceber o chamado de Deus e então, com coerência, responder afirmativamente. Quando a pessoa se propõe a fazer esses dois caminhos, consegue interpretar de maneira mais clara como construir seu projeto, propósito e sentido de vida.

Existe, ainda, nesse processo de decisão as características individuais. Sabe aquilo que foi sempre natural na sua história? Por exemplo, por que gosta tanto de pôr a mão na massa e ajudar quem precisa? Por que gosta de ensinar os outros?

Com esse tipo de reflexão é possível caminhar um passo de cada vez em busca da sua vocação, o que no fim das contas é encontrar o que o realiza, que o faz ser que realmente ele é, e assim, ser feliz.

Vocações específicas

É importante enfatizar que a vocação não é apenas o chamado religioso. Ela pode ser exercida em diferentes esferas, como por exemplo por aqueles que optam pelo matrimônio, seguimento laical ou sacerdócio. A Igreja lista algumas vocações específicas:

Vocação matrimonial:

chamados a exercerem, pois, o ministério familiar. De uma participação direta na ação criadora e educadora de Deus. Devem ser, de maneira prioritária, fermento na massa. Há também quem opta por não se casar e vivem plenamente sua vocação laical, como solteiros, consagrados, missionários.

  • Vocação sacerdotal: são oficialmente encarregados por conduzir a porção querida do povo de Deus (diáconos, presbíteros e bispos). Animam a comunidade e instruem rumo à santidade, anunciando o evangelho e administrando os sacramentos.
  • Vocação religiosa: de consagração especial a Deus, mulheres e homens fazem votos de pobreza, castidade e obediência, em congregações ou grupos que realizam diferentes serviços: cuidado de enfermos e abandonados, ensino, comunicações sociais e muitas outras formas.

Os irmãozinhos de Maria, hoje mais conhecidos como Irmãos Maristas, fazem parte das pessoas que se sentiram chamadas a doar toda a  sua vida na vocação religiosa. Eles professam os conselhos evangélicos, vivem em comunidade e trabalham junto às crianças e jovens para que sejam bons cristãos e virtuosos cidadãos, como testemunhas de Jesus.

Dimensões da vocação

Toda vocação tem em si dimensões que vão sendo aprimoradas no decorrer do tempo e da vivência do chamado. Elas ajudam o cristão no desenvolvimento de sua missão e vocação.

  • Dimensão Humana da vocação: essa é a vocação primordial, o dom da existência e da vida dado por Deus. Nela a dignidade. Traz em si uma missão de evolução constante em direção a sermos pessoas melhores e construirmos uma sociedade mais justa e fraterna;
  • Dimensão Cristã da vocação: é o abrir-se à vivência e ao compromisso batismal, que pede do cristão o exercício da sua missão, no seguimento de Jesus Cristo;
  • Dimensão eclesial/ministerial da vocação: vive-se a vocação na relação com outros, na comunidade. Isso significa assumir ministérios específicos por meio dos quais se pode realizar a própria missão. É a dimensão diaconal, do serviço, do sair de si e ser capaz de doar-se ao outro.

Itinerário Vocacional Marista

Para os jovens que desejam conhecer e aprofundar sua vocação, o chamado que Deus lhes faz, a Igreja apresenta o itinerário vocacional. É uma experiência formada por três etapas e ajuda o vocacionado, a se perceber, de maneira mais clara, sua missão e vocação. 

1) Etapa do Despertar:

Momento no qual ocorre um primeiro contato com a Vocação Marista, quando o jovem desperta interesse para conhecer mais sobre o assunto e possivelmente aderir ao caminho.

2) Etapa do Cultivar e Discernir:

Fase dedicada a uma série de vivência com o jovem interessado a fim de que se situe no mundo e perceba as possibilidades de escolha.

3) Etapa do Acompanhar:

Um trabalho realizado ao longo de todas as outras etapas, tem como objetivo contribuir na concretização do projeto de vida do participante.

Os jovens que se interessam pela vocação Varista são chamados a viver esse itinerário por meio dos projetos e processos de animação vocacional. São ajudados a conhecer a missão iniciada por Marcelino Champagnat e o legado deixado por ele, e a discernir se desejam se consagrar também como Irmãos Maristas, para tornar Jesus Cristo conhecido e amado, como queria o fundador.

Como vimos, não existe uma forma única para se descobrir a própria vocação. Cada pessoa tem uma experiência única nesse sentido. Seja qual for a sua missão, descobri-la vai ser algo que vai mudar profundamente a sua caminhada e a forma de ver o mundo!

Se você de alguma forma se sentiu tocado ou tocada pela missão Marista, queremos convidá-lo a conhecer mais dos nossos valores. Falamos de um valor com mais detalhes neste texto aqui.