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Em sua mais recente encíclica, a “Fratelli Tutti”, o Papa Francisco fez uma convocação a vivermos unidos em uma grande comunidade global. Dedicada à “fraternidade e à amizade social, inspirado no exemplo de São Francisco de Assis”, o chamamento do Santo Padre teve ampla repercussão na sociedade e suscitou em muitas pessoas à reflexão: quais são os caminhos possíveis para seguirmos em direção a um mundo mais justo e fraterno?

Em seguida, separamos alguns dos destaques desse riquíssimo material escrito por Francisco.

1- Consciência sobre o mundo

O Papa concentra um esforço na encíclica em fazer uma avaliação de fatores que dificultam o desenvolvimento da fraternidade universal. Ele reflete que depois de um período de avanços em direção à união das nações, o mundo voltou a ter sinais de retrocesso.

“Encontramo-nos mais sozinhos do que nunca neste mundo massificado, que privilegia os interesses individuais e debilita a dimensão comunitária da existência”.

Falta de consciência histórica, a estratégia política da polarização e desagregação das pessoas em alguns países, a falta de um projeto que abranja a todos e a desvalorização de determinados grupos de pessoas, como os idosos e imigrantes, são alguns dos pontos enfatizados por Francisco.

2- Base na esperança

O Papa Francisco também convoca as pessoas a ouvirem a voz dos percursos de esperança possíveis de serem traçados. O amor é o ponto em comum a todos esses caminhos.

“Crescemos em muitos aspetos, mas somos analfabetos no acompanhar, cuidar e sustentar os mais frágeis e vulneráveis das nossas sociedades desenvolvidas”.

3- Agir com empatia com o próximo

Francisco reflete na “Fratelli Tutti” que o amor universal pressupõe uma capacidade de nos abrirmos para o próximo. Para o papa, Jesus não nos ensinou a perguntar quem é nosso vizinho, mas sim a nos tornarmos vizinhos próximos dos outros.

A proposta é fazer-se presente a quem precisa de ajuda, independentemente de fazer parte ou não do próprio círculo de pertença”.

Nesse ponto, Francisco incentiva a empatia com os imigrantes do mundo inteiro. Ele clamou que as pessoas nessa situação sejam acolhidas, protegidas, promovidas e integradas.

4- Um mundo melhor passa por uma política melhor

O Santo Padre mencionou a política como um espaço importante na solução dos problemas vividos pelo mundo, onde a representatividade das pessoas deve ser colocada verdadeiramente a serviço do bem comum.

“É necessário fazer crescer não só uma espiritualidade da fraternidade, mas também e ao mesmo tempo uma organização mundial mais eficiente para ajudar a resolver os problemas prementes dos abandonados que sofrem e morrem nos países pobres”.

5- Convite ao diálogo permanente

O Papa enfatizou também que a construção de uma sociedade melhor exige diálogo. Ele chamou de “heróis do futuro” aqueles que conseguirem quebrar a lógica da sociedade atual de não conseguir estabelecer pontos de convergência. Para isso, o Santo Padre alerta que será preciso ultrapassar as conveniências pessoais, com a sustentação de uma palavra respeitosa e com palavras densas em verdade.

“O diálogo perseverante e corajoso não faz notícia como as desavenças e os conflitos; e contudo, de forma discreta mas muito mais do que possamos notar, ajuda o mundo a viver melhor”

6- Recomeçar a partir da verdade

Na reta final da carta, o papa reflete que muitos países carecem do que ele chamou de “artesãos de paz prontos a gerar, com inventiva ousadia, processos de cura e de um novo encontro.” Isso passa pela construção de uma memória de penitência, “capaz de assumir o passado para libertar o futuro”.

“O percurso para a paz não implica homogeneizar a sociedade, mas permite-nos trabalhar juntos. Pode unir muitos nas pesquisas comuns, onde todos ganham”. 

Na visão de Francisco, o processo de construção de paz esta diretamente ligado com o perdão e é um compromisso perpétuo com o diálogo. E isso não apenas em relação a grupos rivais que até mesmo guerrearam entre si. As “desigualdades e a falta de desenvolvimento humano” também geram feridas que impedem a construção da paz, na visão do papa.

Aqueles que perdoam de verdade não esquecem, mas renunciam a deixar-se dominar pela mesma força destruidora que os lesou”.

7- Religiões devem agir a serviço da fraternidade

Por fim, para fechar os destaques da encíclica “Fratelli Tutti”, o papa Francisco deu alguns dos maiores exemplos na promoção da aproximação e tolerância entre diferentes religiões. Já visitou pessoalmente Bartolomeu, o Patriarca da Igreja Ortodoxa e o Grande Imã Ahmad Al-Tayyeb, um dos principais líderes muçulmanos. Na encíclica, o Santo Padre suplicou:

“Existe um direito humano fundamental que não deve ser esquecido no caminho da fraternidade e da paz: é a liberdade religiosa para os crentes de todas as religiões”.

A encíclica “Fratelli Tutti” do Papa foi um convite inspirador a nos empenharmos na construção de um mundo melhor. Então, vamos juntos praticar a fraternidade universal?

Para conferir  o material completo aqui.

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