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Perdão: quantas vezes já ouvimos essa palavra e nos esquivamos dela? Do simples pedido de desculpas no dia a dia, às situações mais difíceis e dolorosas. Perdoar e pedir perdão nem sempre são tarefas fáceis.

Como agir com compaixão em uma dura traição, em um crime ou um grave desrespeito? Às vezes parece impossível, não é?

Mas o que vamos refletir aqui hoje é que perdoar faz parte da nossa existência e é requisito para uma vida mais plena e coerente com o Reino de Deus. Vamos pensar juntos?

 

Somos imagem e semelhança de Deus

Deus tem compaixão e misericórdia de nós e nos perdoa por todas as nossas falhas. Como nos fez refletir o Papa Francisco:

“o perdão de Deus para os nossos pecados não conhece limites”.

O esforço em perdoar é uma resposta concreta ao nosso Pai de que estamos nos dedicando a nos tornarmos pessoas melhores em nossas jornadas.

 

Jesus, luz de nossas vidas

Uma maneira de irmos além nesse pensamento sobre a importância do perdão é nos perguntarmos: por que devo perdoar?

Para nos ajudar, uma inspiração está nas próprias palavras de Jesus, registradas por Evangelistas, na Bíblia:

“De fato, se vocês perdoarem aos homens os males que eles fizeram, o Pai de vocês que está no céu também perdoará a vocês” (Mateus 6, 14).

“Quando vocês estiverem rezando, perdoem tudo o que tiverem contra alguém, para que o Pai de vocês que está no céu também perdoe os pecados de vocês” (Marcos 11, 25).

Podemos pensar, a partir das palavras de Jesus, que é possível vivermos uma vida liberta, sem amarras, em paz conosco e em harmonia com Deus. Uma forma de conseguirmos é praticando o que Jesus nos ensinou.

Jesus deu a sua própria vida para que fôssemos perdoados de nossos pecados e, assim, nos abriu a porta para alcançarmos a vida eterna. Fica claro nas suas lições que perdoarmos aos nossos irmãos é o que ele espera de nós, independentemente do que

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Mas, afinal, o que é o perdão?

“Perdoar é permitir que a pessoa se aproxime” (Efésios 2, 13).

Perdoar é uma união de arrependimento e sacrifício. Só há perdão se uma das partes estiver de fato arrependida e a outra verdadeiramente disposta a sentir a compaixão. Perdoar requer assumir os erros que cometemos e, acima de tudo, nos perdoarmos a nós mesmos. O que exige sempre um primeiro passo: abrir a porta da alma.

 

Como praticar o perdão?

Perdoar, diferentemente do que pode parecer à primeira vista, não é esquecer. O perdão faz parte de um processo que, muitas vezes, é doloroso, mas extremamente necessário para a nossa libertação. É como mexer em uma ferida. Resistimos em mexer nela, em abrir e passar o remédio necessário. Mas é dessa forma que ela irá cicatrizar a não doer mais.

Expor o ferimento da alma e tratá-lo, não é um ato confortável, mas crucial para que possamos alcançar a cura.

 

Quantas vezes perdoar?

E depois de incorporar o perdão, quantas vezes devo perdoar? Essa pergunta foi feita diretamente a Jesus pelo discípulo Pedro, como consta no Evangelho de Mateus.

Pedro pergunta: «Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? E Jesus responde: “Não lhe digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18, 21-23).

Jesus nos mostra nessa passagem que o perdão não é uma obrigação que podemos cumprir como um checklist nas nossas vidas. Trata-se de uma postura que deve nos acompanhar sempre por onde formos.

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O perdão cura

O perdão de coração aos nossos irmãos nos aproxima das lições de Jesus e dos caminhos que Deus nos reservou. É algo que nos torna pessoas melhores não só para nós mesmos, mas para todos os que estão à nossa volta.

Esperamos que essa reflexão possa ajudar a espalhar dentro de nós mesmos e entre nossos amigos, familiares, vizinhos e todos os seres humanos na Terra, o perdão. Que possamos praticá-lo de forma cada vez mais frequente e genuína em nossas vidas.

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