A cada ano estão mais evidentes os impactos gerados pela exploração da natureza. Mudanças climáticas drásticas fazem parte do cotidiano e interferem, em grande maioria, na vida de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Assim, olhar para a preservação da natureza passou a ser um cuidado comunitário e urgente.

No Laudato Si’, documento elaborado pelo Papa Francisco sobre o cuidado com a Casa Comum, foi destacado no item 4:

 

Oito anos depois da Pacem in terris, em 1971, o Beato Papa Paulo VI referiu-se à problemática ecológica, apresentando-a como uma crise que é «consequência dramática» da atividade descontrolada do ser humano: «Por motivo de uma exploração inconsiderada da natureza, [o ser humano] começa a correr o risco de a destruir e de vir a ser, também ele, vítima dessa degradação». E, dirigindo-se à FAO, falou da possibilidade duma «catástrofe ecológica sob o efeito da explosão da civilização industrial», sublinhando a «necessidade urgente duma mudança radical no comportamento da humanidade», porque «os progressos científicos mais extraordinários, as invenções técnicas mais assombrosas, o desenvolvimento económico mais prodigioso, se não estiverem unidos a um progresso social e moral, voltam-se necessariamente contra o homem».”

 

Na caminhada da fé, a resiliência envolve pensar a natureza. Como é possível superar os momentos de tormenta? Embora a dimensão do desafio ambiental seja em escala global, não há como criar uma nova economia e avançar de forma sustentável, orgânica e justa sem as ações no dia a dia que partem da comunidade que tem o potencial de transformação.

 

“Proteger o ambiente e respeitar a biodiversidade do planeta são questões que atingem a todos nós. As feridas causadas na nossa mãe terra são feridas que sangram em todos nós”, Papa Francisco

 

A frase do Pontífice remente aos “sinais dos tempos” que a pandemia trouxe à tona. Esse período exigiu de todas as pessoas o enfrentamento das dificuldades para continuidade da caminhada. E, do ponto de vista da preservação da vida e da natureza, esse cuidado não deve ser encarado apenas como um modismo.

 

É preciso integrar um estado resiliente para o bem comum. E isso soma-se a olhar ainda para as ameaças geradas pela ganância e o consumismo desenfreado presentes na sociedade capital. Essa abertura permite entender a sustentabilidade e a preservação da natureza também como a partilha de recurso entre as pessoas.

 

Portanto, datas como 22 de maio, Dia Internacional da Biodiversidade, envolvem a perspectiva espiritual e convocam ao esforço coletivo para a construção de um mundo mais igualitário e possível em comunhão com os demais seres vivos. 

 

 

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