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A vida consagrada se espelha na maneira como Jesus viveu. Um homem casto, pobre e obediente. Religiosos que recebem esse chamado, portanto, não só entregam suas vidas a Deus, como também buscam se aproximar do estilo de vida que Cristo viveu. 

 

 “A vida consagrada «imita mais de perto, e perpetuamente representa na Igreja a forma de vida que Jesus, supremo consagrado e missionário do Pai para o seu Reino, abraçou e propôs aos discípulos que o seguiam” (Mensagem para a celebração do I Dia da Vida Consagrada).

 

Afinal, como que a vida religiosa se concretiza? 

A vida religiosa acontece por meio de uma consagração à Igreja por intermédio de uma congregação religiosa, como é o caso dos Irmãos Maristas. Para se consagrar, religiosos e religiosas fazem os chamados votos de pobreza, castidade e  obediência. 

 

O que são os votos religiosos de pobreza, castidade e obediência? 

Assim como a vida consagrada consiste em se aproximar dos passos de Jesus, os votos religiosos de pobreza, castidade e obediência são espelhados no exemplo de Cristo. Então, vamos entender melhor o que representa cada um deles? 

 

Voto de Castidade

A vocação religiosa representa, sobretudo, uma vida de pertencimento a Deus. Nesse sentido, quando falamos em voto de castidade, estamos nos referindo a uma unidade do coração. Trata-se do desapego e de colocar Deus acima de tudo, semelhante a Jesus que viveu para o Reino e de forma consagrada às coisas do Pai. 

Ao contrário do que se pensa, a castidade vai além de si mesma.  Ela é um sinal de fecundidade e de amor incondicional. É o que podemos concluir a partir da parábola contada por Jesus (Lucas 10, 25-37) do samaritano que ajudou e amou verdadeiramente o próximo sem antes mesmo o conhecer. 

Dessa forma, a castidade do religioso se manifesta no amor incondicional a Deus e também no cuidado com o próximo. 

 

 “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o seu coração, com toda a sua alma, com toda a sua força e com toda a sua mente; e ao seu próximo como a si mesmo.” Lucas 10, 27

 

Voto de Pobreza

Semelhantemente, outro exemplo que Jesus nos deixou foi o da simplicidade. Mesmo sendo rico, se fez pobre por nós. Cristo nasceu em meio aos animais, trabalhou como carpinteiro para sobreviver e anunciou o Reino de Deus aos mais pobres.

Dessa forma, enquanto religiosos, somos chamados a viver como Jesus não apenas na renúncia dos bens materiais, mas também no olhar atento aos mais pobres e necessitados, aos quais Jesus mais se identificou.

 

“Se queres ser perfeito, vai e vende quanto tens e dá o seu preço aos pobres, e terás um tesouro no Céu, e vem e segue-me.” Mateus 19, 21

 

Voto de obediência

Jesus viveu uma vida de dedicação e obediência ao Pai. Do nascimento à morte, se fez disponível incondicionalmente para a entrega à sua missão redentora.

 

“‘Sou eu que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?’ Jesus, porém, lhe respondeu: ‘Por enquanto deixe como está! Porque devemos cumprir toda a justiça.’ E João concordou.’” Mateus, 3, 14-15

“Jesus disse-lhe: ‘Vá embora, Satanás, porque a Escritura diz: ‘Você adorará ao Senhor seu Deus e somente a ele servirá.’” Mateus 4, 10

“Foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; tal como cordeiro, ele foi levado para o matadouro; como ovelha muda diante do tosquiador, ele não abriu a boca.” Isaías 53, 7

 

Indo além, a história de Cristo amplia nossos olhares sobre o que de fato significa a “obediência”. Muito mais que uma imposição, ela representa uma relação de confiança e entrega a Deus. 

 

“Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” João 6,38

 

Como religiosos vivemos uma submissão à mãe Igreja. Tal obediência é representada por nossos superiores em âmbito institucional, provincial e comunitário. Portanto, esse voto leva o religioso a viver a maturidade na liberdade como filho de Deus. 

 

Vida consagrada dos Irmãos Maristas

 

Os Irmãos Maristas são religiosos consagrados a Deus a viver o carisma de Marcelino Champagnat de educar e evangelizar crianças e jovens, especialmente os mais vulneráveis. 

A consagração começa com alguns anos de formação e desenvolvimento vocacional. Essa etapa inclui estudos sobre vida religiosa, aprofundamento da constituição dos Irmãos e a formação em teologia.

Depois, o interessado faz o pedido para professar, temporariamente por um ano, os votos de pobreza, castidade e obediência. Os votos podem ser renovados por até nove anos e, a partir do sexto, podem se tornar perpétuos. 

Conheça mais as etapas aqui

Consagrar-se a Deus por meio dos conselhos religiosos consiste em, sobretudo, abrir-se ao amor que abarca o mundo todo. Somos chamados a vivenciar o Reino dos Céus na Terra e começar uma vida nova em Cristo e na Igreja.