Uma imersão espiritual foi o que 23 pessoas sendo 16 Leigos, seis Irmãos e uma criança de 10 anos vivenciaram entre os dias 7 e 21/07, ao visitar lugares fundacionais Maristas, na França, e a Casa Geral do Instituto, na Itália.

“A Peregrinação é uma experiência formativa. Através da visitação aos lugares Maristas, é possível um aprofundamento e imersão no carisma. A formação tem como metodologia o resgate histórico desses lugares, com momentos de oração, reflexão e partilhas em grupo, o que muito enriquece a experiência”, explica Mariana Rogoski Ferreira da Silva, colaboradora da Diretoria de Identidade e Missão.

Programação

Em Paris, o grupo passou pelo antigo Seminário das Missões Estrangeiras (na Rue du Bac, 120), onde o Padre Champagnat escreveu muitas cartas importantes e se hospedou, nas três vezes em que precisou viajar à capital francesa, para negociar a aprovação oficial do Instituto Marista. Também visitou a Capela da Medalha Milagrosa e a Basílica do Sacré Coeur, em Montmartre.

Da capital francesa, os peregrinos seguiram de trem até Lyon, onde pegaram um ônibus até a casa de L’Hermitage. Nas redondezas, foram a La Valla, para visitar a casa da fundação (berço do Instituto) e a Igreja na qual Champagnat exerceu seu ministério sacerdotal. Também caminharam até a Capela de Leytra e a cruz vermelha. E em Maisonnettes, conheceram a casa natal do Ir. Francisco. 

Na ida a Le Puy, um dos pontos de parada foi a Catedral onde começou a história Marista. As reflexões abordaram, ainda, o local da cura de Courveille (o óleo da lamparina) e de inspiração para a Sociedade de Maria. E os participantes caminharam até a estátua de Notre Dame de France.

Em um dia inteiro dedicado a L´Hermitage, os peregrinos participaram de missa na grande Capela, junto à comunidade; conheceram lugares históricos, hagiográficos e curiosos da casa, do terreno, do Rio Gier, dos rochedos, do cemitério dos primeiros Irmãos, do pátio dos plátanos, da escada do Irmão Sylvestre e da gruta do Ir. Jean-Marie Granjon; e tiveram tempo de oração diante do altar e relicário de Champagnat.

Outro dia foi dedicado à visitação em Marlhes e Rosey, terra natal de Marcelino. Estiveram na grande Igreja de Marlhes, na Escola São Marcelino, na casa natal e na Capela dedicada a São Marcelino. Passaram por Graix, local do “perdidos na neve” (caminhada); passando também por Les Palais, local do “jovem Montagne” (caminhada), relembrando importantes passagens da espiritualidade Marista.

Novamente em Lyon, o grupo foi até Fourvière (Santuário dedicado a Nossa Senhora), local onde Marcelino fez a promessa da fundação do ramo dos Irmãos. E, de ônibus, foram até Saint-Genis-Laval, na grande Casa Geral do Instituto, construída pelo Ir. Luís Maria. Também puderam ver o cemitério histórico dos Superiores Gerais.

Já na Itália, a viagem contemplou os principais pontos de Assis e Roma. Nesta última, o ponto principal foi a ida até a Casa Geral do Instituto Marista. Na Capela dos Superiores, admiraram a estátua original da Boa Mãe e o retrato original de Champagnat (pintura de Ravery). 

Testemunhos

“A Peregrinação a L’Hermitage é muito mais do que apenas conhecimento adquirido, são momentos vivenciados. Visitar em Paris e Lyon é reviver os passos de Champagnat, voltar às origens, beber da água da fonte. Conhecer Roma, a história da Igreja e a Casa Geral, lugar onde hoje é a sede do Instituto Marista, é conhecer o berço de toda espiritualidade cristã e Marista”, destaca Mariana, que participou da viagem.

“Participar da peregrinação aos lugares fundacionais maristas foi uma experiência espiritual e de vida. Chegar à Casa de l’Hermitage é impactante. É pisar verdadeiramente um solo sagrado. Reviver as incontáveis dificuldades enfrentadas por São Marcelino é ter a certeza da ação de Deus através da sua história. Cada parede ali erguida, cada jardim, cada brisa, cada pedra, cada cantar do Rio Gier, revela uma história e carrega um sentido. Em meio a tantas adversidades, creio que a Instituição Marista é a expressão pura de um milagre. Retorno com esperança e fé renovadas, com a certeza de que Maria intercede por nós em todos os momentos e ciente da responsabilidade de manter vivo o sonho de Champagnat”, escreveu Sonia Vidal, de Brasília.

Érica Guimarães Ribeiro, de São Paulo, descreve uma experiência repleta de emoção: “Desde o primeiro dia, quando juntos visitamos o relicário do “nosso santo”, sempre orientados pelas sábias palavras do Ir. Ivo, fortes emoções tomaram conta de nós. Mais do que me aprofundar nas histórias sobre nosso fundador, ali foi possível vivê-las. Sentir o que Champagnat sentia nas suas longas caminhadas, nas dificuldades e conquistas que realizou. Assim, de caminho em caminho, realizei reencontros significativos e muito importantes para mim. Na dureza das rochas de L’Hermitage, encontrei o significado do amor ao trabalho norteado pela fé e confiança na Boa Mãe e na Providência Divina. No local dos perdidos na neve, encontrei os Champagnats de ontem, que me acolheram quando ingressei no Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo, 15 anos atrás. Pessoas que, assim como nosso fundador, viveram e vivem os exemplos da Boa Mãe, fiéis e atentos aos seus companheiros de caminhada. Na partilha emocionada dos peregrinos, ex-alunos de nossas escolas, me encontrei com o Champagnat que sou. Que responsabilidade o meu fazer no dia a dia para que meus alunos sigam amando a Deus e a essa obra! Na Casa Geral, em Roma, me encontrei com o tamanho de nossa missão. Ela é grandiosa e está em nossas mãos”.