Com um acervo de 3183 títulos e 5184 exemplares, a Biblioteca Irmão Francisco foi inaugurada em 2017 junto ao Memorial Marista. Destinada a documentações canônicas e arquivos provinciais de Irmãos Maristas, é especializada em Mariologia, Pedagogia Marista e Padre Champagnat.

Além de ser fonte de estudo para Irmãos e colaboradores, o espaço costuma ser utilizado por curiosos e estudiosos dessas temáticas. A biblioteca faz parte do Memorial Marista e está no roteiro de visitas guiadas desse centro de memória.

Conforme conta a arquivista Maria Palicz, todas as províncias Maristas do mundo contam com espaços como este, de acervo e conservação de obras, manuscritos, cartas, relatos e objetos relacionados aos mais de 200 anos das instituições maristas.

Fatos importantes sobre a Biblioteca Irmão Francisco

No mês de Março comemora-se o Dia da Pessoa Bibliotecária.  Por ocasião da data, compartilhamos mais alguns fatos sobre a Biblioteca Irmão Francisco.

  • Homenageia o primeiro sucessor de Marcelino Champagnat (1879-1841), o Ir. Francisco (François Rivat, 1808-1881);
  • O acervo da biblioteca está atualmente segmentado em três grandes áreas:  1) Coleções históricas da Sociedade de Maria e Instituto Marista. 2) Mariologia e espiritualidade marista. 3) Pedagogia marista;
  • O espaço possui uma reserva técnica onde estão salvaguardadas obras raras sobre a história marista e espiritualidade francesa dos séculos XVII em diante;
  • Logo que surgiu, a biblioteca passou por uma organização conduzida pelo Ir. João Moral. Por muitos anos, ele foi arquivista geral em Roma;
  • A obra mais antiga é a Vida do Padre Champagnat, de 1856 – trata-se de uma cópia do original e está escrita em francês. Encontra-se em exposição no Memorial Marista;
  • Uma das obras mais preciosas é o livro dos 20 anos do Irmãos Maristas, que conta as primeiras experiências dos irmãos no Brasil – sua preciosidade é atribuída ao fato de ser uma publicação original, de 1917, ou seja, tem mais de 100 anos de existência;

 

  • A coleção dos primeiros livros didáticos da FTD, de 1899, escritos por Irmãos Maristas e outros autores, é outra preciosidade da biblioteca;
  • Além de livros, arquivos e documentos, a biblioteca arquiva objetos, tanto itens de uso pessoal dos Irmãos Maristas como itens doados à instituição. Um desses objetos é uma cruz  preservada após um incêndio no Colégio Santista, uma das escolas Maristas mais antigas do Brasil;
  • As obras da Biblioteca Ir. Francisco são provenientes de: aquisições, casas de formação de Irmãos que fecham, doações, Irmãos falecidos e egressos;
  • A biblioteca mantém intercâmbio com outras da Rede de Centros de Memória Marista da Região América-Sul, bibliotecas parceiras e arquivos europeus.
  • A Biblioteca Ir. Francisco está em constante aprimoramento, pretendendo se consolidar como um importante centro de memória e pesquisa do patrimônio histórico, pedagógico, espiritual e cultural marista.

A organização da Biblioteca Irmão Francisco

Gerenciada pela arquivista Maria Palicz, a Biblioteca Ir. Francisco passou por uma curadoria de reorganização conduzida pelo Ir. Juan Jesús Moral Barrio logo que surgiu. Por muitos anos, ele foi arquivista geral em Roma. “A convite pessoal dos Diretores e Gerentes da Província Marista Brasil Centro Sul, trabalhei para conseguir uma Biblioteca Inteligente para pesquisadores maristas. Fiquei especialmente feliz por estar sob a proteção do Venerável Ir. Francisco, porque o considero um pesquisador, um autodidata e um solucionador dos problemas da vida de seus Irmãos, em todos os domínios da saúde”, declarou.

De acordo com Maria Palicz, o Ir. Moral manteve a organização simples e manual inicialmente estabelecida, tornando o acesso ao usuário e pesquisador mais simples e didática. Assim, hoje os arquivos estão separados de acordo com suas destinações específicas: salvar, preservar, pesquisar e divulgar. “Obviamente, tudo isto tem um funcionamento muito mais agradável e eficiente. Se à frente da Biblioteca estiver uma pessoa não só com competências, mas com qualidades humanas de serviço. e atendimento ao cliente, como é Maria”, destaca o Irmão.

Atualmente, com leves indicações, o usuário acessa facilmente o objetivo: deixe sempre um sinal de uso do livro, que o obriga a devolvê-lo, de acordo com as normas de uso da biblioteca do Memorial.

Além disso, atualmente o acervo está guardado em três depósitos distintos: Arquivo,  acervo tridimensional  e  Biblioteca para utilização. Essa organização foi feita de forma a garantir as condições exigidas na manutenção dos ambientes da biblioteca, como luz, ventilação, temperatura e umidade.

 

Acervo bibliotecário organizado conforme experiências em Roma

 

Por fim, Ir. Moral compartilha algumas das experiências de Roma, especialmente válidas e proveitosas para a organização de um acervo bibliotecário.

  • Manter, digitalizar e preservar o repositório inicial herdado;
  • Atualizar e disponibilizar para um uso mais eficiente do depósito oficial;
  • Enriquecer o patrimônio já existente com ofertas voluntárias dos autores;
  • Renovar com frequência a exposição dos conteúdos da Biblioteca no corredor-expositor.

A experiência da arquivista Maria Palicz

Formada em Administração e Biblioteconomia e pós graduada em Gestão Tributária, Maria Palicz teve suas primeiras experiências com gestão de arquivos em 2011, quando trabalhou com análise de documentações para crédito imobiliário. Já em 2013, passou a trabalhar com o acervo provincial Marista. Aliás, foi essa experiência que a conduziu para a formação na área. Atualmente, Maria divide suas atribuições profissionais entre a gestão do arquivo provincial na Casa Provincial e das obras da Biblioteca Irmão Francisco do Memorial Marista.

 

“Pra mim, poder trabalhar com gestão de acervo bibliográfico é você disponibilizar para todas as pessoas, de forma aberta e gratuita, a oportunidade de  acessar a informação, que contemos  no acervo, combatendo assim a desinformação e promovendo inclusão social, com certeza a biblioteca  é mais que um espaço físico, e espaço de comunicação, aprendizado e troca de experiência,  que as pessoas levam para suas vidas, e o mais bonito disso e que elas  desenvolvem trabalhos empregando  conhecimentos adquiridos nestes espaços e beneficiado assim a sociedade. “ reflete.

 

Fotos: João Borges