O calendário do mês de janeiro para nós, Maristas de Champagnat, é repleto de momentos de recordação e homenagens. De datas em que nos lembramos de pessoas que dedicaram suas vidas à missão marista e deixaram um legado de ensinamentos. No dia 22 de janeiro, por exemplo, celebramos a memória do Irmão Francisco Rivat, o primeiro sucessor de Marcelino Champagnat à frente do Instituto Marista.
Ou seja, aquele que exerceu o papel de 1° Superior Geral, com a responsabilidade de manter em pé o sonho de nosso fundador. Bem como de consolidar as bases para que esse sonho pudesse crescer e beneficiar mais crianças e jovens.
Em seguida, compartilhamos um conteúdo que resulta de uma pesquisa de Angelo Ricordi, especialista da área de Identidade, Missão e Vocação da PMBCS. Ele apresenta, em síntese, os principais fatos da biografia do Ir. Francisco. Assim como trechos escritos em diferentes fases da vida desse Irmão, em cuja gestão ocorreu o reconhecimento legal do Instituto Marista por parte do governo francês.
Confira:
Ir. Francisco (Gabriel Rivat) – Superior Geral dos Irmãos Maristas (1839 – 1860)
Dados biográficos
No dia 22 de janeiro, celebramos a memória do Irmão Francisco, primeiro sucessor do Padre Marcelino Champagnat. Gabriel Rivat nasceu a 12 de março de 1808, em Maisonnettes, povoado de La Valla (França). Marcelino Champagnat chegou em La Valla em 1816. Gabriel tinha 8 anos, mas era dos primeiros a assistir ao catecismo matinal do coadjutor. Aos 10 anos, recebeu a primeira Comunhão, que o marcou para a vida. Três semanas depois, pediu para juntar-se à nova comunidade, que Marcelino Champagnat acabava de fundar, em 2 de janeiro de 1817.
Gabriel era muito jovem, mas sua fidelidade desconhecia falhas. Em 1826, aos 18 anos, emitiu os Votos Perpétuos; irradiava tal alegria que Marcelino lhe disse: «Invejo-lhe a felicidade!».
Trabalhou pouco tempo em sala de aula. A partir de 1826, embora tendo apenas 18 anos, foi nomeado diretor das aulas do noviciado. Ao todo vai permanecer 32 anos em l’Hermitage. Tornou-se um bom enfermeiro, dado o conhecimento que tinha das ervas medicinais que cultivou ao longo de toda a sua vida.
Além de ser o secretário pessoal do Padre Champagnat, tornou-se o principal responsável pela Casa de l’Hermitage nos anos de 1836 e 1838, durante os períodos de ausência do fundador, então em busca da autorização legal do Instituto Marista em Paris.
Em 1839, aos 31 anos, foi eleito Diretor Geral do Instituto Marista. No dia 20 de junho de 1851, alcançou o tão sonhado reconhecimento legal do Instituto junto ao governo francês. Em 1860, foi substituído da função de Superior Geral do Instituto pelo Irmão Luís-Maria. Voltou para a Casa de l’Hermitage, onde viveu por mais vinte anos.
Faleceu em 22 de janeiro de 1881. Seus restos mortais repousam na Capela da Casa de l’Hermitage, no túmulo que primeiramente pertenceu ao Padre Champagnat. Em 04 de julho de 1968, a Sagrada Congregação dos Ritos promulga o Decreto de Heroicidade das virtudes praticadas pelo Irmão Francisco outorgando-lhe o título de Venerável.
O Irmão Francisco em três momentos de sua vida
Na juventude – 1826 – Dia de sua Profissão Perpétua:
“Pertenço-vos, meu Deus e meu Pai, e por tantos títulos; Jesus, sois o meu Salvador. Maria, sois a minha terna Mãe, consagro-me a vós de modo singelo, total e irrevogável. Nada mais tenho no mundo. Procurarei nada fazer que possa desagradar-vos, ou diminuir o amor que nos deve unir estreitamente. Vou apresentar-vos, no amor e na confiança, todas as minhas misérias; espero que vos apiedareis de mim e que me concedereis a graça de sempre e totalmente ser vosso. Vou considerar-me muito feliz em ser admitido como um dos vossos servos (Lc 15), e em ser contado como um dos vossos filhos queridos. Eis a minha consolação, a minha glória e a minha felicidade” (AFM 5101.302, p.95).
Na fase adulta – 1853 – Como Superior Geral do Instituto, na Circular Sobre o Espírito de Fé, primeira síntese da Espiritualidade Marista:
“Que a vida de Jesus Cristo, objeto de todos os nossos estudos e de todas as nossas meditações seja a regra da nossa vida; que os sentimentos de Jesus, sejam os nossos, que os afetos de Cristo se tornem os nossos; que todas as nossas ações, não tendo outro princípio do que sua vontade, outro objetivo que não seja sua glória, sejam feitas nele e por Ele, com Ele para que na vida e na morte, no tempo e na eternidade, Jesus Cristo, autor e consumador de nossa fé, seja para nós tudo em todas as coisas. Amém” (Circulares [1853] 1914, v.2, p.168).
Como ancião (o avô) – 1862 – Chegada dos noviços e postulantes de Saint-Genis-Laval a l’Hermitage – o grande relicário do Fundador:
“Vocês chegam com alegria e é com alegria que os vemos chegar nesta Casa edificada pelo padre Champagnat, nosso venerado Fundador. É aqui que ele tanto trabalhou, rezou e passou vigílias, para o bem da Sociedade. É aqui enfim que ele tanto sofreu e morreu. O túmulo dele se encontra no cemitério da comunidade. Nesta sala teve seu primeiro quarto nesta casa. Aqui funcionou a primeira capela provisória após a capela do bosque. Aqui, mais tarde, nos dava suas instruções tão práticas, durante o ano e sobretudo durante os retiros. Foi aqui, enfim, que ele foi administrado e que ele nos fez a comovente alocução que foi o seu Testamento Espiritual. Vocês estarão nesta casa como dentro de um grande relicário do padre Champagnat. Procurem assimilar bem seu espírito, imitar suas virtudes, lembrem-se de seus avisos, suas instruções e procurem praticá-los. Numa palavra, vivam em Notre Dame de l’Hermitage (foi ele que a batizou com este nome), como se o padre Champagnat estivesse ainda com vocês, aqui” (AFM 5101.306, p.40).
Sucessor de Marcelino Champagnat
Se você ficou com vontade de ler mais sobre os ensinamentos do Ir. Francisco, então acesse a versão digital do primeiro capítulo do livro Nossos Superiores Gerais. Em suma, o texto aborda as características do Irmão, o contexto que permeou sua gestão, assim como seus principais desafios e realizações.
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