No dia 18 de novembro, o Centro Marista de Juventudes (CMJ) promoveu uma formação sobre “proteção das infâncias e das pessoas vulneráveis na Igreja Católica”. O ensinamento foi amplamente estendido à Diocese de Palmas e Francisco Beltrão, incluindo religiosos(as), educadores da rede pública e a comunidade eclesial.

O evento, que também marcou o encerramento do curso estendido do Farol 1817, teve como objetivo sensibilizar e capacitar os participantes para atuarem de forma preventiva e efetiva na proteção das crianças e das pessoas vulneráveis, promovendo a dignidade humana e garantindo direitos. Além disso, buscou-se fortalecer a colaboração entre a Igreja Católica, a sociedade civil e os educadores na construção de uma rede de proteção robusta e eficaz.

Especialistas na Defesa da Infância

A programação contou com a participação de duas referências na área de direitos humanos: a Dra. Bárbara Pimpão, gerente do Centro Marista de Defesa da Infância, reconhecida por seu trabalho na promoção dos direitos de crianças e adolescentes. E a Mestre Eliane de Carli, coordenadora do Núcleo Lux Mundi na CNBB e na CRB, especialista em políticas de proteção a pessoas vulneráveis.

Ambas conduziram discussões profundas, abordando temas como:

  • Dignidade Humana: exploração da dignidade inerente a crianças, adolescentes, jovens e adultos vulneráveis, e a importância de sua proteção integral.
  • Impactos da Violência Sexual: análise dos efeitos devastadores da violência sexual na vida das crianças e pessoas vulneráveis, destacando a necessidade de ações preventivas e de suporte.
  • Dinâmica e Perfil da Violência e dos Abusos: discussão sobre as características e os perfis dos abusos e da violência, visando uma compreensão mais profunda dos mecanismos que perpetuam essas práticas.
  • Papel da Igreja Católica e da Sociedade Civil: reflexão sobre o papel fundamental da Igreja e da sociedade civil na ruptura dos ciclos de violência, e na criação de ambientes seguros e protetores para todos.

Reflexões e Compromissos

O encontro deixou marcas profundas nos participantes. Ivanildo Copetti, da Cáritas Diocesana, destacou a importância de fortalecer a aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e promover espaços de escuta ativa. “A omissão é crime”, ressaltou, chamando a atenção para a importância de denunciar situações de violência.

Mariane Ribeiro, catequista, enfatizou o impacto da formação em sua atuação: “Foi essencial aprender a identificar sinais de abuso e saber como agir, recorrendo aos órgãos competentes.” Já Ana Cappellesso, coordenadora operacional do CMJ, sublinhou o compromisso de criar uma cultura de cuidado e respeito, alinhada aos compromissos com o Evangelho, que nos chama a ser defensores e multiplicadores do amor.

Por fim, para o Pe. Francisco Buehrmann, da Arquidiocese de Chapecó (SC), a formação reafirmou o compromisso à defesa da vida a que todos nós somos chamados a assumir. “Não devemos nos sentires trabalhando sozinhos diante de um tema ainda muito delicado. Criar redes nos permitirá viver ações concretas, mais eficazes dentro do espaço eclesial e que nos ajudarão na questão da prevenção e enfrentamento de exploração, abuso de menores vulneráveis dentro de um espaço que prega o evangelho e o cuidado com a vida”, finaliza.