Filho de João Pina e Euflosina Euzebia de Jesus, (In Memorian), o Ir. Edmundo Inácio Pina é de Itaverava (MG) e vem de família grande, com 18 irmãos.

Ir. Edmundo PinaAo contar sobre a sua história, o Irmão já deixa claro que é bastante longa. “Eu sou marinheiro de segunda viagem. A primeira vez que descobri minha vocação foi em 1966”, diz.

Na época, o Irmão trabalhava na lavoura e no corte de lenha, em Guarará (MG), a 17 Km de sua terra. Por conta da distância, passava a semana em Guarará e voltava para casa aos fins de semana.

Em um certo fim de semana, quando chegou em casa, o Irmão lembra que sua mãe comentou que passou um religioso na cidade, um Irmão Orionita. “O religioso reuniu os jovens na cidade e explicou sobre a vocação sacerdotal e a vocação religiosa. Falei para minha mãe: Padre eu não quero ser, mas Irmão eu posso fazer a experiência”, diz.

Dias depois, o religioso voltou a cidade e o Ir. Edmundo, junto aos seus irmãos José Jorge Pina e Agostinho Juvenal Pina, decidiram tentar a vocação religiosa. “Quando descobrimos que iriamos para o Rio de Janeiro (RJ), o nosso coração pulsou. Assim, dia 29 de janeiro de 1966 partimos de Itaverava ruma ao Rio de Janeiro”, lembra.

Primeira experiência como Irmão

Aos 19 anos, o Ir. Edmundo Pina iniciou sua formação na Congregação da Pequena Obra da Divina Providência, fundada por São Luís Orione. “Eu me manifestei em trabalhar na gráfica para aprender algum ofício. Quando terminei a terceira série, meu pai me tirou da escola para ajudar em casa”, explica.

Junto com o seu formador, Ir. Euclides (In Memorian), O Ir. Edmundo foi transferido para Rio Claro (SP), para continuar seu acompanhamento na vocação religiosa. “Quando fui para Rio Claro, terminei o ginásio e continuei minha formação. Meus Irmãos decidiram sair”, lembra.

No ano de 1972, foi fazer o noviciado em Juiz de Fora (MG), logo depois fez os primeiros votos e foi trabalhar com crianças, adolescentes e jovens. “Trabalhei muito tempo no Pequeno Cotolengo, em Cotia (SP), onde também terminei o 2º Grau”, diz o Irmão.

Por conta de trabalhar com crianças e jovens, o Ir. Edmundo contou ao seu superior que tinha a intenção de fazer psicologia, o que não foi muito bem aceito. “Meu superior disse que eu não poderia fazer psicologia e me transferiu para Rio Claro, novamente. Claro que isso não me abateu, continuei a perseguir a minha vontade de fazer psicologia, mas sempre aparecia um novo empecilho que não me permitia fazer o curso. Assim, escrevi uma carta ao Provincial explicando que estava deixando a Congregação por motivos particulares”, lembra.

Mudança para os Maristas

Em 1979, o Irmão voltou para casa, o que foi um choque para sua mãe. “Minha mãe ficou muito triste, mas expliquei que eu deixei a instituição Orionita, e não a minha vocação”, conta. Assim, o Irmão entrou em contato com outras instituições religiosas e escolheu os Irmãos Maristas.

Durante um ano, ficou estudando para compreender a Instituição e em julho de 1980 começou sua experiência nos Maristas de Champagnat, em uma obra social de Ribeirão Preto. “Gostei muito do trabalho, então em 1981 fiz o noviciado em Campinas (SP)”, diz.

Ir. Edmundo Pina“Gostei muito da minha vocação como Irmão Marista, então pedi para fazer os primeiros votos e continuei os estudos, fui fazer o Escolasticado”, lembra o Irmão.

Ao terminar os estudos de sua formação, o Irmão Edmundo seguiu para o Amazonas, onde permanece por 10 anos dando aula de História, Geografia e Ensino Religioso. Em 1994, foi para a Espanha estudar em San Lorenzo de El Escorial. Ao voltar para o Brasil, passou por Ribeirão Preto (SP), com a obra Paudalho e depois foi para São Paulo (SP), trabalhar na Zona Leste, onde ficou por 11 anos. “Foi um trabalho muito árduo, em que pude entender a dor do outro e aprender muito”, conta.

Vale ressaltar que, como Irmão Marista, ele se formou em pedagogia e fez especialização em psicopedagogia e administração escolar.

Espiritualidade

O Ir. Edmundo Pina lembra que sempre foi religioso por conta dos pais, pois havia muita espiritualidade em casa. “Minha mãe sem saber ler e escrever ensinou os conteúdos da catequese para mim, meus irmãos e irmãs. Ela observava o que os pregadores e padres falavam e passava para os filhos. Também, todos os dias antes de deitar rezávamos o terço”, lembra.

Ele afirma que hoje vive a espiritualidade com simplicidade. “Eu percebo a presença do Altíssimo em tudo o que eu faço. Tudo o que eu faço, procuro fazer com amor”, diz.

Por fim, o Irmão conta que está muito feliz como um religioso Marista. Atualmente, com 77 anos, mora em Itapejara D’Oeste (PR). Na residência dos Irmãos, aproveita para fazer muitos trabalhos manuais, como cuidar de suas plantas e colabora na formação dos aspirantes.

Conheça a edição 1 do ebook “Histórias de Vida e Vocações dos Irmãos Maristas”