Você já parou para pensar no significado do monograma marista? Isto é, no símbolo que identifica a nossa instituição? Essa representação é composta por diversos elementos que reforçam nossa ligação com Maria e com a origem de nossa história, com a criação do então Instituto dos Pequenos Irmãos de Maria. Um desses elementos é a coroa de doze estrelas, mencionada em Ap 12,1, que tem a finalidade de recordar virtudes da Virgem Maria.
A saber, o emblema Marista também é composto pelas letras A e M estilizadas. Letras que fazem referência à oração Ave Maria. Dessa forma, a Boa Mãe se faz presente tanto na identidade espiritual Marista quanto na identidade de marca.
Antes de mais nada, o que são virtudes?
Em suma, entendemos por virtude o modo pelo qual o indivíduo afirma sua própria excelência. Conforme o filósofo grego Aristóteles, trata-se de uma disposição adquirida de fazer o bem duradouro. E o esforço envolvido em buscar agir dessa forma, em si mesmo, já compõe parte da virtude em questão.
As características listadas em seguida são virtudes que podemos perceber na trajetória de Maria. Nesse sentido, também são consideradas como privilégios recebidos por ela, como escolhida de Deus.
Virtudes de Maria
- Mãe de Jesus;
- Companheira fiel de José;
- Discípula de Jesus;
- Mãe da comunidade cristã;
- Atenta às necessidades das pessoas;
- Caminhante na fé;
- Missionária;
- Perseverante nas crises e nas dificuldades;
- Iluminada pelo Espírito Santo;
- Aprendiz da vida;
- Toda de Deus e tão humana;
- Profeta da justiça e da esperança.
“Em síntese: acho muito bom procurar atribuir ou referir as virtudes de Maria à coroa de estrelas que a orna. Sabendo, porém, que são incentivos para nós olharmos para Ela e procurarmos, a exemplo dela e por sua intercessão, viver melhor no seguimento a Jesus Cristo, tentando ser um louvor ao Pai, sob a inspiração do Espírito Santo”, destaca Ir. Afonso Levis.
Um exemplo sempre atual
O Ir. Afonso conta que a Igreja procurou expressar as virtudes de Maria de acordo com o momento histórico, adequando-as à realidade que envolvia o povo. Dessa forma, o exemplo de Maria é capaz de trazer ensinamentos sempre atuais.
“Por exemplo, a humildade é uma grande virtude de Maria. A Ela, no Evangelho, atribui-se o MAGNIFICAT, o cântico da gratidão e da alegria. E também, na Anunciação, ele se chama SERVA do Senhor. Ela é a HUMILDE serva. Então, poderíamos dizer que se atribuem tais e tais virtudes a Maria, sem dúvidas fundamentadas na mensagem evangélica, e na sadia Tradição da Igreja, dos fiéis, do Povo de Deus, e dos novos e consequentes apelos do caminhar da história”, explica.
Além disso, Ir. Afonso ressalta que o importante não é absolutizar ou afirmar categoricamente quais são as virtudes de Maria. Mas sim, olhar para essas qualidades como um estímulo para vivermos em Cristo. “E nós, como Maristas, olhamos para Maria e retiramos as que nos inspiram, nos identificam, por assim dizer, como Irmãozinhos de Maria, discípulos de Jesus Cristo”, relata.
Virtudes Maristas
Sendo assim, o jeito de Maria fundamenta o jeito Marista de ser. Ou seja, o jeito Marista de tornar Jesus Cristo conhecido e amado.
De acordo com os registros referentes ao início da história Marista, Marcelino Champagnat proferiu uma palestra intitulada “Pequenas virtudes”, junto aos primeiros Irmãos do Instituto Marista. Uma reunião com o intuito de fortalecer o bom relacionamento entre eles. Assim como uma convivência fraterna.
“No capítulo 18 do livro ‘Ensinamentos do Bem-aventurado Champagnat’, há uma lista de ‘pequenas virtudes’ que os Irmãos Maristas, hoje diríamos também os Maristas de Champagnat, são chamados a vivenciar. E, com certeza, Maria as viveu em plenitude”, comenta o Ir. Afonso Levis, da PMBCS.
Virtudes Maristas
Confira quais são as virtudes Maristas, que foram adaptadas ao longo das necessidades de cada tempo, mas mantêm a essência de nosso fundador:
- Afabilidade: a habilidade de escutar sem demonstrar cansaço, estar sempre disposto a ouvir e ir ao encontro do outro.
- Flexibilidade: ser tolerável ao diferente de você e não impor um pensamento, aceitar que as pessoas são plurais e que não existe apenas um jeito de levar a vida.
- Poder-serviço: se colocar à disposição de servir, prestar serviços a um bem maior da comunidade.
- Solidariedade: sonhar o que se sonha junto para edificar a coletividade, uma busca constante por promover a felicidade de todos, não apenas realizações individuais.
- Caráter: usar a comunicação não-violenta, proporcionar a harmonia e não esconder os próprios sentimentos.
- Alegria: uma verdadeira força contagiante, que valoriza o ser humano e as maravilhas de viver no mundo com a presença de Deus.
- Compreensão: na virtude de compreender, de entender, está também o ato de perdoar, de praticar a misericórdia.
- Discrição: na prática da discrição se conquista a habilidade de falar no momento e hora certa.
- Compaixão: desejar diminuir a infelicidade dos outros, se comover em ajudar a melhorar o mundo para todos.
- Paciência: persistir para vencer as dificuldades e não se importar em adiar algo para o bem maior.
- Polidez: ser educado, generoso com as palavras, agradecer, se desculpar, todas as ações que refletem esse valor.
- Solicitude: estar disponível, fazer o bem sem olhar a quem, viver voluntariosamente.
Exercício de observação
Por fim, deixamos um convite para que observe com qual virtude Marista ou de Maria você mais se identifica. E se há alguma delas que gostaria que estivesse mais presente em seu dia a dia. Tanto no trabalho quanto na vida pessoal e comunitária.
E em sua mãe? Consegue identificar essas virtudes? Uma sugestão para esse Mês das Mães é escrever para ela (seja uma carta, seja um bilhete ou cartão) as características que mais admira. Bem como recordações de momentos dela que exemplificam essas qualidades. Sem dúvida, esse seria um presente muito especial.