Assim como nós, Maristas, nos espelhamos no jeito de Maria, também vemos em São José um exemplo de responsabilidade e de coração de pai. Um homem humilde que ensinou a Jesus o valor do trabalho e da confiança em Deus. Um pai presente, que foi protagonista na criação de seu amado Filho. E, com toda a certeza, uma inspiração para o Dia dos Pais que celebraremos no dia 14 de agosto de 2022.


A partir da figura paterna de José, patrono do Instituto Marista e padroeiro da Igreja Católica, também buscamos histórias de pais e filhos que se apoiam. E, sobretudo, que compartilham a alegria que é estar envolvido com a
missão Marista.

 

Dia dos Pais 2022 - Chico e João (2)Vocação laical de pai para filho

O primeiro relato vem da cidade de São Paulo, onde existe amor sim. O educador Chico Sedrez trabalhou no Marista ao longo de 31 anos e aproveitou a oportunidade de conhecer e se aprofundar no carisma de São Marcelino Champagnat. Além disso, há mais de 20 anos, tornou-se fraterno do Movimento Champagnat da Família Marista (MChFM), como membro da Fraternidade Maria de Nazaré.


“Aprendi a ser pai no Marista”
, conta Chico. Além da influência de sua mãe e de seu pai, ele observava como seus colegas e as famílias do Marista cuidavam de seus filhos. “Essa foi uma escola para meu jeito de formar família, junto com a Adriana. É importante destacar: nossos filhos também nos ensinaram a sermos pai e mãe. João Gabriel, chegou primeiro, e a Ana Carolina completou esta fase maravilhosa, cada qual com suas características e virtudes”, recorda.

Hoje com 31 anos de idade, o primeiro filho do Chico, João Gabriel Soares Sedrez – que foi aluno Marista desde os 4 anos de idade no Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo, com passagem também pelo Colégio Santa Maria e pela Pastoral Juvenil Marista, em Curitiba – se reconhece como um Leigo Marista. Integrante do Laicato Jovem. Menos devido a títulos ou outras formalidades. Mais pelo significado que aprendeu em casa.


“Acredito que a participação, tanto da minha mãe quanto do meu pai no MChFM, foi somente mais um espaço onde olhei eles sendo Maristas e, consequentemente, seguindo a missão de Jesus. Sempre enxerguei nos dois, e especialmente no pai, por ele trabalhar todos os dias dentro da escola, o significado de viver a Missão Marista. Obviamente que não são perfeitos, devem e devo também melhorar, sempre, mas a maneira que eles me fizeram enxergar o mundo realmente não seria a mesma sem a visão de Champagnat, sem uma visão humanista, horizontal e profética. Não dá para sermos Maristas somente nos espaços Maristas; é um modo de ver e agir no/com o mundo. E isso sempre foi muito claro com meu pai”
, relata João.

 

Relações de carinho e admiração

Ao ser perguntado sobre as características de seu pai que mais despertam orgulho, João cita três aspectos que o emocionam. Primeiramente, a capacidade de ser uma presença significativa nos espaços em que atua, independentemente de cargos e hierarquias. Em segundo lugar, vem a “teimosia, digna de quebrar uma enorme pedra (numa analogia ao trabalho de Champagnat em L’Hermitage), em defender o que ele acredita, independente de questões financeiras, instâncias superiores ou outras coisas que normalmente calam as pessoas”. Por fim, mas não menos importante, a firmeza com ternura.


Por outro lado, ao comentar sobre as características do filho João, Chico chamou a atenção para a sua simplicidade, coragem, clareza sobre os desafios da sociedade atual e a luta por um mundo mais justo e fraterno, para todas e todos. De acordo com o pai orgulhoso, o jovem sempre esteve engajado na causa do Reino de Deus.
“Em seu compromisso com a Pastoral e com as ações solidárias Maristas, ele mostra o rosto Mariano e de compromisso com a Igreja e com a Educação, em sintonia com o Marista e com os apelos que o Papa Francisco nos têm lançado. O João assimilou profundamente que o Evangelho, com o rosto mariano, deve ser vivido no nosso cotidiano, na relação com as pessoas e com a natureza”, destaca.


Não é à toa que o João será um dos representantes da nossa Província no
Fórum Internacional da Vocação Marista Laical.

 

Avô, um pai pela segunda vez

João Gabriel também é pai. E, diariamente, ele pensa em como ser o pai que Catharina, que atualmente tem 3 anos e 7 meses, necessita.


“Olhando meu pai e tudo que ele me mostrou e construímos juntos, vejo que poucas coisas são realmente essenciais e que isso nunca faltou em casa. Um ponto é de ser presença significativa. Quando estamos juntos, realmente somos juntos. Um segundo ponto é mostrar para a Catharina que devemos sonhar, ter utopias, mesmo que o mundo não nos mostre saídas, que ousemos sonhar com um outro mundo possível. E um terceiro, que parece bobo, mas que sempre foi uma questão que conversamos em casa, é viver em coerência com o que acreditamos (isso realmente é uma epopeia). O pai sempre mostrou que isso é possível. Mesmo com idas e vindas, é possível. Espero que eu, sendo o pai da Catharina, seja capaz de mostrar para ela as minhas utopias e a ajude a chegar mais perto das dela”
, reflete João.

 

Sobre a transformação que a paternidade traz, principalmente com a chegada dos netos, Chico revela: “Hoje, já com a Catharina, filha do João e da Patrícia, começamos a ser pais pela 2ª vez, como avós. É também uma nova forma de nos humanizarmos: ser pais e avós são oportunidades de aprendermos a ser mais gente, mais sensíveis, mais humanos”.

 

Dia dos Pais 2022 - Ir Miguel e Seu NelsonPai de Irmão Marista

Na Província Marista Brasil Centro-Sul, o diretor de Identidade, Missão e Vocação é o Irmão Miguel Fernandes Ribeiro. Mas na cidade de Doutor Camargo, no norte do Paraná, ele é o Mi ou o filho do seu Nelson Ezequiel Ribeiro. Entrevistar os dois, sem dúvida, é conhecer histórias que se completam.

Para o Ir. Miguel, a decisão de se tornar um Irmão Marista começou com o contato que o seu Nelson tinha com a comunidade de Irmãos. Por quase trinta anos, ele trabalhou em uma chácara Marista. “Meu pai sempre falava do jeito bondoso dos Irmãos Maristas, que eu também presenciava em algumas ocasiões”, conta o Ir. Miguel. “Eu não via ruindade neles, sempre estavam ajudando os outros, tratando todo mundo bem”, lembra seu Nelson.

De lá para cá, Ir. Miguel se aprofundou no carisma marista e, o que podia parecer distante para muitos adolescentes, fez sentido para ele desde muito cedo. Aos 21 anos fez os primeiros votos. “Eu chorei a formatura dele inteira (cerimônia de consagração), foi muito emocionante”, conta o pai. Orgulhoso, gosta de falar que foi ele que mais incentivou o Miguel a seguir a vocação. “Eu fiquei feliz, o coração ficava apertado com ele longe, mas ao mesmo tempo confortável, porque sabia que ele estava seguro e seguindo um caminho bom”, diz.

Ao ser perguntado como é a vida de um pai de Irmão Marista, seu Nelson não hesita em responder. “É ter gratidão à Deus pelo Miguel ter seguido esse chamado”. Segundo o pai, Miguel hoje é um exemplo na família e alguns primos mais novos até pensam em seguir o mesmo caminho. “E eu digo, vão mesmo porque é bom”, derrete-se Nelson.

Pai é pai, não é mesmo?