Hoje, 7 de agosto, começou o Fórum Regional da Região América Sul, na Vila Marista de Luján, Argentina. O evento acontecerá até 9 de agosto, reunindo Coordenadores e membros das doze Equipes e Redes da Região.
A Província Cruz del Sur recebe em sua casa fundadora, ao lado da Basílica de Nossa Senhora de Luján os Irmãos Luis Carlos Gutiérrez, Vigário Geral, Óscar Martín, Conselheiro Geral, e Goyo Linacero, Administrador Geral. Também os representantes das Equipes do Noviciado, Formação Inicial, Formação Permanente, Animação Vocacional, Pastoral Juvenil, Espiritualidade, Solidariedade e Comunicação. Bem como, as Redes de Centros de Memória Marista, Escolas, Economato e Laicato.
Durante os três dias, os participantes trabalharão em três eixos, CONSTRUIR, HABITAR e EM MISSÃO. Além de rever o Plano Estratégico da Região e projetar o futuro em busca da “nova rocha” para os novos tempos: o novo L’Hermitage.
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Crônica
Refletindo sobre o primeiro dia do Fórum Regional da Região América Sul (RAS), o Coordenador de Animação Vocacional da Província Marista Brasil Centro-Sul (PMBCS) e da Equipe de Pastoral Juvenil Marista da RAS, Diogo Galline, escreve uma crônica:
“Olhai a rocha de onde foram cortados” (Is 51,1)
No distante ano de 1824, São Marcelino Champagnat e seus primeiros Irmãos materializaram um grande sonho em realidade. A partir da rocha e utilizando-se de suas mãos, construíram juntos aquela que é considerada a Casa Mãe do Instituto: Notre Dame l’Hermitage. Duzentos anos depois, muitos são os Maristas de Champagnat que continuam edificando esse sonho original de fraternidade do fundador.
“Somos muitas histórias fazendo uma mesma história”. A frase presente na agradável Vila Marista resume bem o espírito do Fórum Regional, realizado em Luján entre 07 a 09 de agosto. As diversas equipes e redes, representando os sete países que compõem a RAS, formaram um grande corpo. Parafraseando o apóstolo Paulo: “embora muitos, formam um só corpo, o de Cristo” (cf. 1 Co 12,12). Diferentes costumes, linguagens e culturas que se tornam unidade na diversidade.
Embora fosse em torno de sessenta o número de pessoas, de diferentes equipes e redes regionais, o espaço foi capaz de abrigar milhares de sonhos e esperanças trazidos de maneira representativa com os participantes, a partir de cada realidade. Aos poucos, o idioma do amor foi capaz de trespassar as barreiras para (re)construir coletivamente essa Hermitage internacional, permeados pelo propósito de fortalecer a vida e missão Marista na própria Região.
Passado, presente e futuro se conectaram logo de partida. Na belíssima capela, a reverência aos Irmãos falecidos na mesma direção em que o Altar de Cristo aponta para a janela de futuro, com a visão de crianças correndo no gramado da escola. Da mesma maneira, a imersão no Memorial retomando a origem de tudo para dar sentido ao hoje e apontando para o que há de vir. Tudo está interligado.
Das vozes dos provinciais, palavras que apontam para a ‘esperança’, . Esperança, essa pequena criança que anuncia o que virá. E que vem com a pergunta: ‘o que Deus nos chama a ser e fazer hoje?’. Vinhos novos para odres novos. Acreditar para construir. Animarmos mutuamente na vida e missão Marista. Não termos medo do novo. Sermos profetas de um futuro que não nos pertence, plantarmos sementes de frutos que não colheremos. Nesse tempo de gestos, atitudes e opções corajosas, a certeza de que a RAS acaba por ser a atualização da intuição original, a partir da escuta do Sopro do Espírito nesse contexto histórico.
Outras vozes também ecoaram no espaço do fórum, agora pela presença do Vigário Geral Ir. Luis Carlos Gutierrez. A partir da III MIMA – um espaço internacional de partilha de sonhos relacionados à vida e missão marista (termos separados, de acordo com o próprio, apenas por questões de organização) – , algumas prioridades foram trazidas para o salão. Abordou-se: educação evangelizadora, promoção e proteção, espiritualidade, bem como participação infanto-juvenil, cuidado com a casa comum e saúde existencial. Em pequenos grupos, o difícil exercício de dialogar sobre quais delas são mais emergentes em nosso atual momento da história. Talvez todas, já que nossa Região é ampla e diversa.
Na sequência, fomos convidados pelo assessor Ângelo Ricordi a rememorar o bicentenário de construção da Casa Mãe. Passamos bons minutos nesse grande relicário do fundador, resgatando aspectos originais de nosso carisma. Da mesma maneira que Champagnat, Francisco e seus primeiros Irmãos não mediram esforços para a dimensão do serviço, depositando seus sonhos no romper da rocha, o grupo reunido também seguiu firme nas discussões de como todos esses desejos continuam vivos alimentando essa grande família constituída por meio da inspiração, fraternidade e obra de Deus. Nisi Dominus. Que o Senhor continue a construir essa grande casa global nos dias seguintes.