O Irmão Basílio Rueda é lembrado como um homem universal que percorreu diversos países e, com coração atento, proferiu palestras e pregou retiros aos mais variados públicos, de bispos a operários. Em agradecimento pela vida, pela vocação e pela missão desempenhada por este notório Marista de Champagnat, que fazia questão de estar sempre perto dos outros Irmãos, queremos relembrar mais detalhes sobre sua vida e o legado que deixou para o Instituto Marista.
Em uma de suas frases marcantes, afirmou: “A vida só vale a pena ser vivida se a gente ama incondicionalmente e se a gente está disposto a arriscar tudo numa só carta. Põe-se, portanto, a vontade do Senhor bem acima do amor de si mesmo, e o desejo se reduz a uma disponibilidade absoluta”.
Uma vida dedicada a um mundo melhor
Basílio Rueda Guzmán nasceu no dia 16 de outubro de 1924, em Acatlán de Juarez, Jalisco, México. Sua mãe faleceu quando ele tinha apenas quatro anos. Foi criado por uma de suas tias.
Em 23 de julho de 1942, ingressou no Aspirantado Marista, em Tlalpán. Em 1947, iniciou seu trabalho como professor primário no Instituto de Querétaro. De 1957 a 1961, trabalhou no ensino superior, no Centro Universitário México, na capital do país. Neste mesmo período, fez mestrado em Filosofia e escreveu sobre o tema “Ser e Valor”.
De 1961 a 1965, obteve autorização especial do Instituto para trabalhar com o Padre Lombardi na direção do “Movimento Mundo Melhor”, em Quito, no Equador. Por esse motivo, tornou-se conhecido fora do México e da Congregação, sendo solicitado por Bispos e Superiores de outros Institutos Religiosos, que o solicitavam para assessorias e retiros. Por dois anos, foi o Diretor do Segundo Noviciado Marista, em Siguenza e em el Escorial, na Espanha.
Foi eleito 9º Superior Geral do Instituto Marista no dia 24 de setembro de 1967. Durante seu generalato, procurou renovar a vida religiosa Marista à luz do Concílio Vaticano II. Destacou-se por brilhantes Circulares, que foram impressas e lidas dentro e fora da Congregação. Atento à crise que o Instituto e toda a Igreja passava, insistiu nos temas da vida comunitária e vida de oração. Visitou muitas Províncias, realizando Retiro para os Irmãos e implantando programas de renovação da vida de oração.
No Capítulo Geral de 1976, quando pensava em entregar o cargo a um sucessor, teve a surpresa de ser reeleito Superior Geral para um segundo mandato de nove anos. Sua gestão foi marcada pela coragem demonstrada na atualização do Instituto, acolhendo as orientações e exigências do Concílio Vaticano II. Teve um papel fundamental no processo de refundação do Instituto, uma vez que, a partir do seu governo, temas como a missão e a identidade do Instituto foram amplamente debatidos. Procurou redimensionar o Instituto para o espírito primitivo das origens Maristas, dando mandato oficial, pela primeira vez, para um Irmão ocupar-se em pesquisas sobre o nosso patrimônio histórico e espiritual. Também valorizou a casa de L’Hermitage, fazendo-a centro de vivência espiritual e de pesquisas históricas.
Quando terminou seu segundo mandato de Superior Geral, em 1985, voltou ao México, sua terra natal, onde exerceu o cargo de mestre de noviços, em Tlalpán. Depois, em 1990, foi coordenador de um curso internacional para mestres de noviços, em Roma, na Itália.
O Irmão Basílio Rueda faleceu na cidade do México, em 21 de janeiro de 1996.
Mais um intercessor no céu
Após a sua morte, muitas pessoas deram seus testemunhos, dizendo que rezavam em sua memória e lhe faziam pedidos diariamente, considerando que tinham mais um intercessor no céu. Tendo em vista a fama de santidade que foi crescendo, o Conselho Geral decidiu dar início a sua causa de canonização, em 5 de junho de 2002.
O processo de canonização do Ir. Basílio já está em andamento. Finalizada a primeira fase diocesana, agora é a vez do processo romano. Em reconhecimento aos anos de dedicação à obra Marista e aos ensinamentos partilhados em diversas regiões do mundo, a Igreja já o proclamou Servo de Deus.