Desde o início de fevereiro, cinco Irmãos Maristas da PMBCS estão participando do Itinerário de Formação em Preparação aos Votos Perpétuos, na Guatemala. A atividade se estende até maio, norteada pelo lema “Ser Irmão hoje: rosto e mãos da terna misericórdia de Deus”.
Juntos, 19 Irmãos das Regiões América Sul e Arco Norte estão se aprofundando no que o XXI Capítulo Geral apresenta como “novo jeito de ser Irmão”. E registrando parte dessa experiência em crônicas.
Irmãos Maristas conhecem a realidade local
Confira o segundo texto escrito pelos Irmãos participantes do Itinerário:
Cidade da Guatemala, 17 de fevereiro de 2020.
“Em contato com outras realidades, sê sensível e respeitoso com os costumes, valores e crenças do povo. Vivendo em comunidades internacionais e interculturais, valoriza a riqueza da diversidade de personalidades e culturas” (RV 82).
Entre os dias 10 e 14 de fevereiro, desenvolvemos entre o grupo de jovens irmãos maristas a integração comunitária do grupo com a realidade guatemalteca, assessorados pelo Ir. Santiago Otero, da Província América Central, que nos trouxe a formação sócio-eclesial da Guatemala desde o séc. XX, e da presença marista, e pela Ir. Rutilda Hernández, religiosa indígena Quiché, do Instituto Secular São Bonifácio, que nos apresentou uma cosmovisão maia e sua cultura.
A história do país está marcada por realidades muito duras, consequentes do sistema econômico-político-social que tem favorecido uma pequena elite dominante e privilegiada, provocando grandes desigualdades, que atualmente constituem preocupantes sinais de morte. Não tem conseguido chegar a esperada tranquilidade e nem ao desejado desenvolvimento, pois a violência e insegurança, o contrabando e narcotráfico, a debilidade das instituições e a crescente impunidade, se somam a extrema pobreza e a crescente exclusão social.
A Igreja da Guatemala é constituída por um povo que insiste em sobreviver aos martírios do século passado, e que ainda hoje lida com a incoerência da prática cristã, onde há falta de testemunhas que se comprometam com a denúncia dos abusos sociais. Neste chão, pessoas comuns souberam fazer de suas próprias algo extraordinário, porque elas tentaram ser coerentes com sua fé, ser sal e luz para o mundo, como Monsenhor Juan José Gerardi, Pe. Hermógenes Coarchita, Ir. Victoria de la Roca, Pe. Alfonso Stessel, Pe. Walter Voordeckers, Ir. Moisés Cisneros, Rosalio Benito e tantos outros sacerdotes, religiosos, religiosas, leigos e leigas catequistas.
A cultura guatemalteca, pluriétnica, pluricultural e multilíngue, com seus 25 idiomas, 4 culturas, garante o respeito, a valorização e apoio a diversidade dos povos e suas expressões culturais. A identidade dos povos originários é uma oportunidade de aprofundar o encontro da Igreja com aqueles que lutam pelo reconhecimento de seus direitos individuais e coletivos, de seus valores e sua cosmovisão: abertura e busca constante de Deus, sua relação harmônica com a mãe natureza.
A partir deste contexto, visitamos as Igrejas de Nossa Senhora do Rosário e a Catedral Metropolitana, o Palácio Nacional da Guatemala, além das obras maristas: Escuela Marista, onde o Ir. Moisés Cisneros foi martirizado, e o Liceo Guatemala. Nos dias 15 e 16, visitamos o Lago Atitlán, no departamento de Sololá, rodeado pelos vulcões Atitlán, San Pedro e Tolimán, além das cidades de Panajachel e San Juan La Laguna. Na cidade de Chichicastenango, conhecida pela sua religiosidade indígena quiché e seu mercado local, onde encontram-se tecidos de diferentes cores e desenhos típicos, também conhecemos o Centro Pastoral Marista e o Instituto Tecnológico Kiché.
Secretaria e comissão de crônicas
Espanhol – Hno. Juan Sebastián Herrera (Norandina)
Português – Ir. Danilo Ferreira (Brasil Centro Norte)