No dia 6 de junho, celebramos o Dia de Champagnat. A data faz referência ao dia de falecimento de Marcelino Champagnat, fundador da obra marista, em 1840. No entanto, mais do que recordar sua vida e sua obra, esse também é um dia para reafirmar nosso compromisso com a continuidade da missão.

Em seguida, confira a mensagem do Ir. Ernesto Sánchez Barba, Superior-Geral do Instituto Marista, para o Dia de Champagnat de 2022:

 

Sejamos capazes de reviver e de difundir o dom do carisma marista

Caros Maristas de Champagnat:

Neste 6 de junho, agradecemos o dom da pessoa e da vocação de São Marcelino Champagnat. Naquele dia, enquanto a comunidade de irmãos em N.D. de L’Hermitage rezava a Maria cantando a Salve Regina, Marcelino foi chamado à Casa do Pai.

É uma alegria para todos nós celebrar o nosso Fundador, com profunda gratidão pelo dom do carisma que nos foi dado por meio dele.

Quando jovem, pela mediação de um sacerdote, Marcelino disse sim ao chamado que sentiu de Deus para ser sacerdote. Ele realizou sua formação, não sem dificuldades, seguindo muito atento às intuições que recebia do Espírito. Foi assim que, ainda antes da sua ordenação sacerdotal, sentiu a inspiração de fundar um instituto de Irmãos a serviço das crianças e dos jovens, sobretudo dos mais necessitados. E foi assim que, aos 27 anos, como jovem sacerdote, iniciou este belo projeto, dando-nos o nome de Maria.

No último 20 de maio, festa do nascimento de Champagnat, lançamos o Ano das Vocações Maristas em todo o Instituto. Período que desejamos concluir em um dia como hoje, dentro de um ano.

Fiz o convite para que, ao longo deste ano, celebremos e agradeçamos o dom que recebemos, como maristas de Champagnat, os Irmãos, os leigos e as leigas maristas… Todos nós que vibramos com o carisma marista, a ponto de vivê-lo em profundidade fazendo deste dom o nosso estilo de vida.

Convidei também para que, além de celebrar e de agradecer, retomemos com força e entusiasmo o tema das vocações maristas, na perspectiva de uma renovada cultura vocacional.

Por um lado, podemos aproveitar esta oportunidade para rever o nosso estilo de vida pessoal, comunitário, familiar… bem como a forma como realizamos a missão. Podemos ser capazes de difundir o dom recebido, por meio de um testemunho de proximidade e de entrega, de alegria e de autenticidade.

Ao mesmo tempo, poderemos promover um ambiente de escuta e de busca entre os jovens. Vamos oferecer espaços onde cada jovem descobrirá o dom que lhe foi dado e como pode desenvolvê-lo. Queremos enfatizar o cuidado e a geração da vida marista, acompanhando em particular aqueles que se sentem chamados a viver o dom da vocação marista, seja como irmãos religiosos ou como leigos ou leigas maristas. Creio que o Senhor continua a suscitar este dom nos jovens, por isso desejamos favorecer as oportunidades de busca, de acompanhamento e de formação.

Recordei que o mais importante não será quantos irmãos e leigos maristas existem ou existirão no Instituto, mas sim a qualidade de nossa vida que testemunha apaixonadamente a presença de um Deus vivo e próximo, assim como nossa entrega solidária aos mais necessitados.

Em visitas recentes a algumas casas de irmãos mais velhos, tenho dito a eles que, quando os encontro, não olho para a idade, possíveis doenças ou se alguém usa cadeira de rodas… mas, no seu olhar que transparece a presença de Deus e de Maria em sua vida, assim como relembrar-lhes os anos de sua dedicação aos jovens, acompanhando-os nas aulas, nos esportes, corrigindo os trabalhos de casa, estando presente entre eles. Convido a todos os irmãos mais velhos a apoiarem o ano das Vocações Maristas com suas orações e com seu testemunho de que vale a pena hoje se entregar incondicionalmente ao chamado de Deus

Aos demais irmãos e a todos os leigos maristas, convido-os a se perguntarem como desejamos ser fiéis hoje ao dom do carisma marista que recebemos; a tornar este dom mais visível, pelo modo como vivemos a fraternidade e como realizamos a missão. Talvez tenhamos que mergulhar na experiência da interioridade e da espiritualidade. Talvez tenhamos que rever como nos relacionamos, recorrendo à misericórdia, ao perdão e à reconciliação. E olhar para nossas atitudes e ações solidárias, especialmente em um momento em que surgiram novas formas de pobrezas e de necessidades, multiplicando a existência de crianças e jovens marginalizados.

Junto com o testemunho e a visibilidade, sejamos capazes de gerar espaços que favoreçam em cada jovem o encontro consigo mesmo e com um Deus misericordioso que os chama a ser feliz no serviço ao próximo. Desejamos acompanhar e cuidar da vida marista nascente naqueles jovens que se conectam com o dom do carisma. Queremos abrir nossas portas para compartilhar com eles nossa fraternidade, oração e missão.

Marcelino soube escutar dentro de si as intuições do Espírito, num contexto difícil, e soube responder com generosidade e paixão. Maria, a Boa Mãe, o inspirava continuamente. Contamos hoje com esta mesma inspiração e somos convidados a responder ao contexto dos nossos dias.

Que possamos reviver e difundir o dom do carisma que recebemos!

Feliz festa de São Marcelino!

Ir. Ernesto Sánchez Barba
Superior-Geral do Instituto Marista

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