A cada início de maio, a Igreja traz para o centro de suas divulgações a figura de Maria. O Mês de Maria, que não por acaso é também o Mês das Mães, é uma oportunidade de nos voltarmos para esse exemplo de presença que ilumina. Tanto para guiar um filho pelo caminho do bem quanto para impulsionar a humanidade a confiar no amor que transforma. 

Por isso, a Província Marista Brasil Centro-Sul e a Região América Sul, chamam a atenção para o ímpeto materno de construir um mundo mais justo e fraterno para os filhos viverem. E para a esperança que Maria, nossa Boa Mãe, nos inspira. 

 

Virtudes de Maria

Quando pensamos nas características marcantes de Maria, podemos assimilar muitos ensinamentos. De acordo com o Ir. Ivo Strobino, se tomarmos como base o Mistério da Encarnação, a grande virtude de Maria é a humildade. “De aceitar os planos de Deus, porque o Filho precisou nascer assim, sem um teto para morar. Não tinha abrigo para eles, não tinha casa, tiveram que procurar abrigo numa gruta… E a aceitação de Maria dessa situação”, observa. Vale lembrar que a humildade também é uma das principais virtudes Maristas. Ou seja, tudo está conectado. 

O Irmão comenta que em Nazaré, onde José e Maria moravam, certamente eles haviam se preparado para o nascimento, com carinho. Porém, por consequência de um decreto do imperador, veio a necessidade de migrar em meio às dificuldades. “E Maria que quis acompanhar José. Podia ter dito ‘Não, eu fico em casa, estou com a gravidez bastante avançada’. Mas ela decidiu ir junto. Então, tem também uma delicadeza de Maria. Estamos olhando do ponto de vista humano, então ela acompanha. E o Evangelho diz que subiram da Galiléia para a Judéia. São três dias de viagem para chegar lá. Chegam cansados, suados, com fome, e não são recebidos”, recorda Ir. Ivo – que, ao relacionar com os tempos atuais, pensa nas pessoas e famílias em situação de rua, que também não são acolhidas pela sociedade.

“Deus vai se encarnar, viver a nossa condição humana. E Maria, com humildade, vai aceitar os planos de Deus. Ela poderia reclamar, mas decidiu colaborar, sendo Mãe do Salvador, nessas condições”, destaca Ir. Ivo.

 

Uma mulher admirável

Josmari Pauzer, coordenadora do Movimento Champagnat da Família Marista (MChFM) na PMBCS, também compartilha conosco seus conhecimentos e reflexões para este mês. Com o intuito de nos convidar a enxergar Maria em sua plenitude, ela escreve sobre a mulher que foi fundamental para a história da Igreja. Confira em seguida:

 

“Sobre Maria

Estamos acostumados a pensar na figura de Maria, como mãe. O mês de maio associa, fortemente, mãe com Maria. Gosto muito de pensar e admirar Maria também como mulher. 

Maria me inspira pelo selo da feminilidade, pela delicadeza fraterna, pela força e serenidade. Nunca foi passiva ou alienada. Uma mulher forte, primeira seguidora de Jesus no Reino de Deus. E que seguidora!

Maria é mais do que mãe, os próprios Evangelhos a descrevem como discípula, seguidora de Jesus e peregrina na fé. 

Maria, como mãe de Jesus, assumiu seu papel lindamente. A história do nascimento de Jesus é linda, encanta pessoas, adultos e crianças, até hoje no mundo todo.

Maria, a partir do seu sim, com todas as dúvidas e angústias vividas naquele momento, assumiu e comprometeu-se com o que lhe fora anunciado nobremente.

Aguardou por seu filho, preparou-se para sua chegada e recebeu-o com muito amor.

Educou Jesus e deixou-se educar por ele. No episódio da perda e reencontro no templo, Maria repreende o filho, usando de sua autoridade materna: “Meu filho, por que você agiu assim conosco? Olhe que seu pai e eu procurávamos aflitos” (Lc 2,48). Jesus lhe responde com clareza, mostrando a sua consciência da missão em relação ao Pai e ao Reino de Deus. Diante desta afirmação de Jesus, Maria e José respeitam o filho que começa a escapar do seu controle. 

E quantas vezes mais, Maria, a perfeita discípula, precisou aprender com Jesus. Corrigir seus rumos, mudança de mentalidade, abrir-se para as novidades radicais que ele trazia, até acompanhar todo seu sofrimento e caminhos para o calvário.

Que mãe faria tanto com a mesma maturidade e amorosidade, assumindo dignamente sua história e missão?

Nos relatos de João, muitas vezes Maria e Jesus não se tratam como mãe e filho. A maternidade se transformou. Maria foi companheira, a figura feminina da comunidade, a discípula fiel em favor dos amigos servos de Jesus, inclusive entre os Doze.

Na realidade, Maria era mais do que a mãe de Jesus. Era também a mãe de João.  A mãe de todos os discípulos e até mesmo de todos os que acreditavam no nome de Jesus.

Ainda hoje, no mundo todo, muitos a chamam de mãe, se entregam inteiramente a ela e por ela caminham, lutam, constroem. Quantos exemplos observamos a partir de Maria. Quantas mulheres fortes trilharam caminhos edificantes pelo exemplo daquela que, nós Maristas, chamamos de Nossa Boa Mãe.

São muitas as mulheres destes tempos que encaram a vida e suas histórias inspiradas em Maria. Mulheres corajosas na história da Igreja e do mundo que, como Maria, zelam pelas suas famílias, assumem a educação dos filhos, enfrentam tantas adversidades, tanta dor, e ainda assim, curam os doentes, atendem os pobres, se colocam a serviço e superam as tensões, liderando a partir de suas vulnerabilidades, do jeito de Maria.

E o que significa do jeito de Maria? 

Irmão Michael Green diz: “No discurso sobre a identidade marista contemporânea, nenhuma ideia aparece com tanta frequência como o imperativo de seguir o “jeito de Maria”, “caminhar com Maria”, “viver o espírito de Maria”.

Do “jeito de Maria” é gerar vida. É doar vida dentro e através de relacionamentos e circunstâncias diárias mais humanizadas, agir com misericórdia, alegria, justiça, senso de harmonia e de esperança e sinergia com Deus vivo em nós.

Precisamos resgatar a esperança todos os dias destes tempos turbulentos em que vivemos, para olhar além, para ganhar confiança e repartir. 

Da esperança que transforma os obstáculos em caminhos e os caminhos em novas oportunidades. Da esperança para nos unirmos mais, para construirmos sociedades eticamente qualificadas, sociedades que concretizem a justiça social e a fraternidade entre todos os homens”.

Josmari Pauzer

 

Maria como inspiração para nós, Maristas

Por fim, relembre o vídeo com o comentário do Ir. Alison Furlan sobre Maria como inspiração dos Maristas de Champagnat. Sobre os ensinamentos ligados à escolha de Maria como Mãe de Jesus. A saber, ele também destaca o Mistério da Encarnação como fator essencial nessa reflexão. 

 

Leia também

>>> Origem do Mês de Maria e momentos marcantes da intercessão da Boa Mãe na história do Instituto Marista.