O estilo de gestão de Marcelino Champagnat foi determinante para a criação do Instituto Marista, em 1817, na França. O êxito alcançado nos períodos iniciais da obra contaram com suas virtudes para liderar e inspirar os Irmãos e a comunidade ao redor.
Para consolidar e expandir a missão, após o falecimento do fundador, foi essencial o papel dos primeiros Irmãos e, principalmente, dos primeiros Superiores Gerais que sucederam o Pe. Champagnat.
“Todos os Superiores Gerais, cada um ao seu modo e respondendo aos desafios do seu tempo, souberam dar uma contribuição decisiva na formação e consolidação da Congregação Marista”, enfatiza Angelo Ricordi, colaborador do Memorial Marista que participou da edição do livro Nossos Superiores Gerais.
Primeiros sucessores de Champagnat
Conheça um pouco mais sobre os quatro primeiros sucessores de Marcelino e suas contribuições para a gestão à serviço da missão, a partir dos tópicos elaborados por Ricordi.
Irmão Francisco: primeiro sucessor do padre Champagnat. Foi encarregado de tratar do tema delicado da sucessão do fundador. Soube costurar com os seus assistentes, Irmão Louis-Marie e Jean-Baptiste Furet, um plano de ação em que, apesar das diferenças de opiniões existentes entres os três, prevalecesse a perenidade da missão. Foi o grande responsável pela consolidação da espiritualidade da Instituição, como um elemento de unificação da jovem congregação. Não fez mudanças bruscas ao assumir a congregação, mas soube levá-la diante das necessidades do seu tempo, a ponto de renunciar ao governo da congregação para aprovação da Regra por Roma. Preparou a sua sucessão com o Irmão Luis Maria.
Irmão Louis-Marie: teve a capacidade de propor uma nova casa geral que atendesse a necessidade da Congregação que se desenvolvia, retirando-a da região rural de Saint-Chamond e colocando-a na rota das grandes cidades, como Lyon. Esse foi o principal motivo da escolha do terreno da nova casa geral de Saint-Genis Laval. Assim como Champagnat, teve uma presença e uma liderança muito forte junto aos Irmãos, sobretudo marcada pela capacidade intelectual que possuía.
Irmão Nestor: sua principal contribuição foi a capacidade de leitura de cenário em relação à educação, elevando o nível intelectual dos Irmãos. Teve a coragem de propor uma preparação ousada para o seu tempo, estendendo uma formação acadêmica não apenas aos Irmãos diretores, mas também a um grande número de Irmãos professores.
Irmão Théophane: seu governo foi marcado pela capacidade de responder às grandes crises pelas quais passou a congregação, em 1903. Foi uma liderança exemplar durante o exílio da congregação para Grugliasco, na Itália. Soube aproveitar um grande contratempo para abrir, internacionalmente, a presença Marista para o maior número de países possíveis. Foi o grande incentivador da criação de livros e manuais didáticos da congregação, que posteriormente deram origem à FTD, que leva as iniciais do seu nome.
Gestão a serviço da missão
Leia também sobre as características de Marcelino Champagnat como gestor.