Um exemplo de amor ao próximo, por meio da dedicação ao Voluntariado Marista. Essa é a história que Juliana Maria Fontoura e Diogo Galline vivenciaram ao longo de 2019 e 2020, na Comunidade Internacional Marista de Atlantis, na África do Sul.
De volta ao Brasil, o casal de colaboradores da PMBCS traz consigo muitos aprendizados para socializar com os Irmãos e Maristas de Champagnat.
“Eles retornam com os corações agradecidos e com bagagem de experiência de vida, de humanidade, de fé, de Igreja, de Instituto Marista, de amor às crianças e jovens e que, seguramente, vai iluminar a vida e a missão deles no presente e para o futuro”, escreveu Ir. Benê Oliveira, nosso Superior Provincial, em sua carta de boas-vindas pelo retorno da missão.
Caminho percorrido até o voluntariado
Primeiramente, em 2017, Juliana e Diogo tiveram acesso à carta intitulada “A Dança da Missão”, enviada pelo Irmão Emili Turú, que então era o Superior Geral do Instituto Marista.
A saber, o documento continha um chamado aos maristas, Irmãos e Leigos, para saírem de seus países de origem e fazerem parte de uma comunidade internacional em outra região do mundo.
“Eu e o Diogo estávamos recém-casados, com a vida toda organizada (apartamento, trabalho estável…), mas sentíamos que nos faltava algo para nos sentirmos completos na nossa vida marista. Faltava uma experiência de entrega à missão marista de uma maneira diferente daquela que tínhamos vivido até aquele momento. Assim, passamos por um tempo de discernimento e decidimos participar do programa”, conta Juliana.
No ano seguinte, o casal participou do Itinerário Formativo LaValla200>, na Itália. E em março de 2019, chegaram ao continente africano.
Experiência transformadora
Em síntese, Juliana descreve o período de voluntariado com as seguintes expressões: coragem, confiança em Deus, abertura ao diferente e resiliência.
Ela destaca, ainda, a vivência da fraternidade. “Tive a oportunidade de trabalhar como professora de artes numa escola pública. Nesta experiência, pude participar da vida das crianças e compreender a realidade difícil na qual estavam inseridas. No nosso espaço de sala de aula, era possível proporcionar a elas um tempo para ser criança. Um espaço seguro em que elas podiam se expressar criativamente, sem medo”, recorda.
Além disso, no Santuário St. Clare, a voluntária participou das atividades de acolhimento a mulheres que sofreram violência doméstica e seus filhos. Certamente, um espaço de construção de relações de aceitação e confiança, que proporcionou uma ampliação da visão de mundo.
Aprendizados do voluntariado
Semelhantemente à mensagem que o Papa Francisco compartilha em sua encíclica Fratelli Tutti, para Juliana o principal aprendizado passa pela união e pelo amor. Sobretudo um amor genuíno pelo próximo, que ultrapassa barreiras da geografia e do espaço.
“Acredito que o grande aprendizado desta experiência foi compreender que, mesmo com as nossas diferenças na comunidade LaValla200>, conseguimos realizar o nosso apostolado e viver em harmonia. Conseguimos também nos inserir na comunidade vulnerável de Atlantis (também uma cultura diversa) e, com eles, construir pontes. Compreendi que não é possível caminhar sozinha. Hoje tenho a certeza de que é na vida em comunidade que surge a força para olhar em frente. É sonhando juntos que podemos realizar grandes feitos pelo bem de todos. Quiçá um dia possamos viver em um tempo em que todos no mundo, todas as pessoas, de todas as nações se reconheçam como um corpo só, uma única humanidade”, relata.
>>> Leia a entrevista completa com Juliana, publicada no site do Instituto.
Inspiração
Para quem está pensando no caminho do voluntariado, Juliana deixa uma mensagem. “Acredito que para participar da experiência LaValla200> é preciso estar disposto a viver segundo o coração de Maria. Ela venceu seus medos, confiou em Deus e se colocou à serviço. Assim, se Irmãos, Leigos e Leigas Maristas se sentem chamados a extrapolar os muros de sua Província para o voluntariado internacional, tenham coragem de dizer “sim” para este convite do Instituto. Assim, com toda a certeza, conseguiremos construir juntos, pouco a pouco, novos lares de luz”.
Nesse sentido, sobre o depoimento forte e profundo de Juliana, Ir. Benê observa: “O seu relato revela sua alma agradecida pelas posturas novas diante da vida e dos outros: o reconhecimento pela arte do bem viver, pela beleza da vida, pelo exercício de adivinhar a inquietação e as dores da existência humana, a percepção do quanto estamos próximos ou distantes da conversão”.