No dia 2 de janeiro de 1817, no Vilarejo de La Valla, na França, nascia oficialmente o Instituto dos Irmãozinhos de Maria. Organização que começou com um fundador visionário e dois jovens. E que viria a se tornar o Instituto Marista que conhecemos atualmente, presente em 79 países, nos cinco continentes.
Há 206 anos, na ocasião desse marco histórico, Marcelino Champagnat tinha apenas 27 anos e seis meses de experiência como vigário – em contraste com os fundadores de outras obras religiosas, em sua maioria já em idade madura. Por isso, o Ir. Fabien Landry, no livro “São Marcelino Champagnat: 85 capítulos – 450 de seus pensamentos”, o descreve como um fundador “fora de série”.
O que já havia vivenciado até então foi o que bastou a Champagnat no momento em que decidiu atender ao chamado da época. Ir ao encontro das crianças, jovens e comunidades que não tinham acesso à educação e diversos direitos. Sobretudo na área rural.
Uma imagem e muitos significados
No conjunto de artes compartilhadas entre as Províncias da Região América Sul para essa data especial, podemos ver Marcelino Champagnat ao centro. O homem simples que nos mostrou que é possível sonhar com um mundo melhor, ainda que as circunstâncias pareçam intransponíveis.
Nessa representação, o que está em destaque não é somente a imagem do homem forte e realizador que começou a acolher seus discípulos em uma casa ao lado da paróquia. Ou que foi capaz de construir a casa de L’Hermitage com as próprias mãos. Mas, sim, a imagem de alguém com semblante sereno e contemplativo. Alguém que sabe que para imaginar melhorias e encontrar caminhos, antes de mais nada, é preciso saber confiar. Acalmar o coração para conseguir ouvir o que Deus tem a nos dizer.
Nesse sentido, o desenho nos faz pensar no movimento de dentro para fora. Da espiritualidade vivenciada primeiro em nós mesmos e, em seguida, na relação com os outros e com o mundo, por meio de nossos gestos concretos. A partir da obra que buscamos manter viva, tornando Jesus Cristo conhecido e amado. E zelando pela educação de crianças e jovens, sobretudo as menos favorecidas, do jeito de Maria.
Saber contemplar também significa compreender que ainda temos muito pela frente, sem dúvida, mas que devemos olhar com carinho e valorizar cada passo dado. Cada ação do dia a dia, seja grande ou pequena, que nos ajuda a caminhar na direção do carisma Marista. Na direção da realização do sonho de São Marcelino.
Além disso, os sopros de verde e azul contidos na arte refletem, respectivamente, o desejo de esperança pelos novos capítulos que serão escritos em nossa história como Família Global e a continuidade de nossa identidade marista.
Assim, ser parte do Instituto Marista no mundo atual é continuar essa missão com sensibilidade e esperança. É dar testemunho na construção de um mundo melhor, a cada novo ano que se inicia.