É quase Natal e há muita guerra em curso pelo mundo afora; são quase dois anos de Ucrânia invadida, já passaram dez semanas do ataque terrorista do Hamas a Israel e já morreram cerca de 20 mil pessoas desde a ofensiva militar de Israel em Gaza. É quase Natal e nestes locais (e em muitos outros) continuam a morrer crianças, mulheres e idosos, reféns e trabalhadores de organizações humanitárias, médicos e jornalistas. Morrem de fome em consequência da violência, da guerra, da destruição. Morrem-se, igualmente, muitas utopias, sonhos, ideias e esperanças. E é quase Natal!

Natal é convite à fraternidade universal que vem do presépio, dos excluídos e oprimidos. No seu sentido mais profundo, Natal quer dizer que Deus está definitivamente ligado ao destino humano, e que nós pertencemos a Deus a ponto de fazer-se um de nós. Não precisamos mais temer: Ele se chama Emanuel, quer dizer, “Deus conosco”. Estando em Deus e Deus em nós, nutrimos a firme esperança de alcançar a plenitude da vida e da paz.

Neste Natal vamos resgatar a esperança e abrir-nos à utopia de um novo projeto civilizatório, sem violências e guerras, de paz, de relações interpessoais pautadas pela amorosidade, pela amizade social, por uma economia nova e alternativa. Vamos insistir, como sonha e nos convoca o Papa Francisco, e dizer basta à violência, à guerra e sermos capazes de revelar-nos realmente à imagem e semelhança de Deus, pois em Jesus “somos todos irmãos” (Mt 23,8).

Ir. Benê Oliveira – Superior Provincial