Neste primeiro semestre de 2020, a campanha Prioridades do Triênio está aprofundando o tema “Cultura, animação vocacional e vida consagrada”. E uma das maneiras de fazer isso é conhecer melhor as histórias vocacionais de Irmãos de nossa Província, a fim de aprendermos e nos inspirarmos em seus testemunhos.

Assim sendo, vamos conhecer a trajetória percorrida pelo Ir. João Batista, que atualmente está em missão no Timor Leste.

Ir. João Batista no Timor LesteVida transformada pela alegria de outro Irmão

Ir. João Batista nasceu na cidade de Siderópolis (SC), onde viveu seus primeiros sete anos. Em seguida, sua família mudou-se para Criciúma (SC). Em 1977, aos 12 anos, ingressou em um colégio técnico, cuja direção estava a cargo dos Irmãos Maristas. 

“Nesta escola estudei durante cinco anos, na qual conheci profundamente os Irmãos. E foi ali que despertou a minha vocação. Meu professor de matemática era um Irmão muito jovem. Durante o intervalo (recreio), este Irmão pegava seu violão e ficava junto aos alunos, cantando e conversando. Aos poucos, mesmo sendo muito tímido, fui me achegando a ele e ao grupo, e acabei entrando no coral da escola. Quando fui convidado para participar do Encontro Vocacional Marista, não duvidei em dar meu nome. Participei e gostei. Dois anos depois, lá estava eu na Casa de Formação Marista. Entrei e aqui estou até então”, conta.

“Hoje, digo a todos que a presença daquele Irmão no meio dos alunos foi o motivo principal de ter dito sim ao chamado de Deus. Lembro-me que, naquela época, eu já tinha planos para o futuro e pensava: ‘Quando eu for Irmão Marista, quero ser igual a este Irmão, estar no meio das crianças e jovens. Missão esta que desenvolvo até os tempos atuais”, recorda Ir. João Batista.

Ir. João Batista no Timor LestePoder do exemplo na história vocacional

Por isso, ele acredita que “as palavras comovem, mas os exemplos arrastam”. E mesmo sem saber a autoria desta frase com a qual se deparou certa vez, a leva como um lema em seu dia a dia, principalmente entre as crianças e jovens.

“Minha vivência com os Maristas fez com que eu pudesse aprender através dos exemplos de inúmeros Irmãos que foram meus mestres nos bancos escolares, antes e depois de me tornar Irmão. Admirava a vida comunitária que os Irmãos viviam. A maneira como eles acolhiam e tratavam os alunos. As orações rezadas ao amanhecer, o canto da ‘Salve Regina’, que às vezes eu escutava quando chegava na escola, me cativava. Depois que me tornei vocacionado, a relação com os Irmãos aumentou e minha vivência com eles se intensificou. Acompanhava o Irmão na catequese, participava do coral, recebia alguns Irmãos na minha casa. Meus pais também tinham uma admiração pelos Irmãos. Posteriormente,  pelo fato de eu ser Irmão Marista, obviamente tal vivência esteve em meu processo formativo desde a minha Primeira Profissão até os dias atuais, vivendo em comunidade aqui no Timor Leste”, destaca.

Encanto gerado pelo testemunho

Nesta história vocacional, certamente, a vida em comunidade e a oportunidade de presenciar a alegria vivenciada pelos Irmãos em sua missão foram aspectos fundamentais para que o despertar da vocação acontecesse de forma natural, por consequência do encanto gerado pelo testemunho. 

Ademais, ao compartilhar um pouco de sua própria trajetória, Ir. João Batista também deixa uma mensagem aos jovens, bem como aos formadores e animadores vocacionais.

Ir. João Batista no Timor Leste

Mensagem aos jovens e animadores vocacionais

“Aos jovens, eu diria: ‘Não tenham medo de dizer SIM ao chamado de Deus’. Um dia, um Irmão fez a seguinte pergunta: ‘O que você faria se não tivesse medo?’ Jovem, tente responder essa pergunta, acompanhada do seu chamado vocacional. Se acreditamos que é Deus que nos chama, com certeza Ele também nos acompanhará durante o processo formativo. Então, tente ouvir a voz do seu coração, e responda conforme o seu coração”, sugere.

“Aos colaboradores que atuam junto às juventudes na animação vocacional, eu diria que sejam testemunhas autênticas do amor em Jesus Cristo. O mundo carece de testemunhos, de pessoas que seguem o caminho de Jesus no laicato. Os jovens carecem de bons exemplos e eles estão ávidos por escutar palavras de carinho, consolo e de encorajamento. Então, abra seu coração e acolha nele esses jovens. Não esqueça, também, o que nosso Pai e Fundador dizia: ‘Para bem educar uma criança, um jovem, é preciso antes de tudo amá-los’”, orienta.