A etapa atual da campanha Prioridades do Triênio, promovida pela PMBCS, tem como tema “Cultura, animação vocacional e vida consagrada”. A história que será contada a seguir reúne todos esses elementos, do ponto de vista de um jovem Irmão.

Confira o testemunho escrito pelo Ir. Rafael Fernandes, que fez a profissão dos seus Primeiros Votos Religiosos em dezembro de 2019. Ele conta como descobriu sua vocação para a vida religiosa e teve certeza do caminho a seguir, fundamentado no comprometimento de tornar Jesus Cristo conhecido e amado entre as crianças e jovens.

Relato Vocacional 

“Na preparação para fazer os votos, comecei a pensar sobre como foi meu primeiro chamado para ser Marista. Foi de maneira tão simples que demorei anos para entender onde havia sido chamado. Às vezes, esperamos experiências místicas, uma voz que vem do céu, uma revelação… me atrevo a dizer a maioria dos chamados não se dão assim, é no dia a dia que Deus nos mostra por que caminho seguir, por onde caminhar.

Esperava ansiosamente todos os anos pela passagem da equipe do Vida Feliz na escola. Nessa ocasião, nos convidaram para participar de encontros de um grupo chamado Liderança Juvenil, que era organizado pela própria equipe, porém não me senti animado a ir, até que uma amiga insistiu que aquilo era “minha cara”. Então, pedi o convite e comecei a participar dos encontros, Deus já estava me chamando e eu não escutava, foi preciso aquele pequeno incentivo para entender. No primeiro ano, apenas na minha cidade, logo o grupo de Liderança Juvenil foi se diluindo e pensei em sair também, mas fui animado a fazer encontros em Joaçaba, depois em Chapecó e Itapejara do Oeste. Os encontros se chamavam Jornada Vocacional Marista (JOVOMA). 

A cada encontro, me encantava mais com o modo de ser e de viver sendo Marista. Aos poucos, fui conhecendo alguns irmãos e alguns jovens que haviam ingressado na caminhada Marista. Os encontros tinham temáticas diferentes, acampamentos, experiências de solidariedade, colônia de férias e a experiência em uma casa de formação. Em 2011, me dei conta que toda a minha vida fluía para aprofundar minha experiência Marista e que Deus me chamou cada dia ao longo do processo vocacional, a cada viagem, a cada música, a cada pessoa que conhecia, e ainda continua me chamando hoje”.

Ser Marista passou a fazer parte da minha adolescência, passou a fazer parte da pessoa que sou. Não conseguia me imaginar em outro lugar que não fosse animando outras crianças e jovens a conhecer e se encantar com a mensagem de Champagnat. Estar em meio aos Irmãos é o que me faz feliz, viver em comunidade, dedicando nossa vida ao trabalho em nossas obras e nos fortalecendo diariamente com a oração.

Todo caminho que tracei dentro da instituição Marista ajudou na formação da pessoa que sou hoje. A criar um olhar solidário sobre as pessoas, a perceber suas necessidades e sentir empatia. A caminhada na casa de formação me ajudou a perceber que não somos todos iguais, mas que podemos aprender uns com os outros e que isso é de suma importância quando lutamos pela mesma causa.

O chamado de Deus é incessante e gratuito, nos toca estar abertos e disponíveis ao chamado. Quando nos desviamos deste amor infinito e apaixonado que Deus nos dá, algumas coisas já não fazem sentido. Ser Irmão Marista não é fácil, exige generosidade, exige um coração aberto à acolhida, um amor diferente assim como de Jesus. Existem momentos de crise, como em qualquer outra vocação, e nesses momentos necessitamos repassar nossa vida e encontrar as coisas que verdadeiramente fazem sentido.

Meu chamado aconteceu por meio de três jovens Leigos que se sentiam apaixonados pelo carisma de Champagnat e souberam transmitir tudo isso com o trabalho no Vida Feliz. Quantas crianças e jovens morrerão sem saber que Deus os ama? Necessitamos pessoas comprometidas com o carisma de tornar Jesus Cristo conhecido e amado entre as crianças e os jovens. É nossa tarefa semear o evangelho, pois Marcelino vive hoje em cada um de nós, a cada sim que respondemos”.

Saiba mais sobre a trajetória do Ir. Rafael.