A equipe de Comunicação e Marketing Institucional da PMBCS foi até a comunidade Formativa do Colégio Paranaense onde conversou e pode conhecer um pouco mais da história do Irmão José Augusto Wendler, mais conhecido por Gutto. Ele tem 36 anos e é natural do oeste paranaense, da Cidade de Cascavel.
Perguntado sobre espiritualidade e o que mantém a vocação, Ir. Gutto é categórico: “Uma oração particular que faço todos os dias é pedindo ao Bom Deus para que jamais esqueça porque eu me consagrei, para que eu viva a coerência”. Recordando as palavras do Ex-superior geral, Basílio Rueda, o Irmão explica que só faz sentido consagrar a vida se é para doá-la integralmente, consciente do seguimento a Jesus Cristo.
O jovem religioso explica que o chamado não é mágico ou acontece de maneira grandiosa. A Vocação se dá a partir da inquietação e com a não conformação com a realidade posta. Ele enfatiza que com passar do tempo, com sua vida pessoal bem estruturada, sua vida profissional estabelecida, começa a sentir uma inquietação, e enfatiza a sua paixão e sua opção preferencial pelas juventudes. “Dentro da minha vida profissional atuando em diversas pastorais, movimentos populares foi onde me dediquei ao trabalho com as juventudes, e posso dizer que foi aí que fiquei cara a cara com a minha inquietação vocacional”.
Sem perder o bom humor, ele conta como foi lidar com este processo. E foi em uma conversa com o melhor amigo, o Lucas, que surge o tema da inquietação vocacional. A reflexão já havia sido tema em outras conversas, mas continuava e eu precisava contribuir mais, mas de uma maneira diferente. “Quero viver a vida religiosa, fazer uma experiência dentro de um Instituto de vida religiosa”. E o amigo retruca: “Se você quer ser religioso, se quer trabalhar com as juventudes, o caminho é ser Irmão Marista.” E o caminho se fez. Ele conta que foi encaminhado por outra amiga, companheira de Grupo de Jovens, a Laura, que mesmo sem acreditar deu sequência. “Creio que era natural para ela duvidar. Mas mesmo duvidando acreditou, me ajudou no caminho e hoje aqui estamos. E é interessante que o Irmão que me acompanhou vocacionalmente, se tornou mais tarde o meu formador no período do noviciado. Uma das frases que marcaram este itinerário, são as que constam na Regra de Vida dos Irmãos 51, ‘Somos diferentes e complementares’.
No decorrer do bate papo, ele ficou à vontade para falar sobre um fato curioso da sua infância. “Fui criado numa família católica. Desde pequeno eu me vestia com camisas grandes que tinham lá em casa, me ‘paramentava de padre’, quebrava a bolacha e saia distribuindo para todo mundo. Meu sonho de criança era ser padre”. “Com o passar do tempo, vi que Deus me chamava pra outra missão e não era ser padre”, completa.
Questionado sobre a missão desempenhada como religioso consagrado na atuação na Casa de Francisco e Clara da PUCPR, afirma espontaneamente: “Antes de mais nada, como Irmão, Viver uma vida consagrada coerente de seguimento a Jesus Cristo, e enquanto missão, doar minha vida para que jovens, crianças, adolescentes e para os mais necessitados possam conhecer o rosto misericordioso de Deus. E Marista ao estilo de Maria”.
Provocado ao fazer memória de acontecimentos que marcaram sua trajetória, o Irmão conta um breve relato em uma viagem que fazia de Cochabamba (Bolívia) a Alto Hospício (Chile), mais especificamente na região de fronteira entre os dois países. “Eu tinha acabado de sair da experiência de 30 dias dos exercícios espirituais inacianos e fui convidado a fazer o itinerário da experiência apostólica, que é dentro do itinerário formativo, uma experiência em um outro país, em uma outra realidade dentro do Noviciado”.
“Fui convidado a ir para a Comunidade de Alto Hospício no Chile e foi uma experiência bem bacana, porque fui de ônibus mesmo. Era uma viagem que duraria 12 ou 13 horas e durou 3 dias e quatro noites. Foi interessante, pois estava muito tranquilo e isso me ajudou a viver uma experiência de espiritualidade e de ser Irmão”.
“Na fronteira de Pisiga (Bolívia) com Colchane (Chile), passavam apenas alguns ônibus e fomos informados que passaríamos somente no dia seguinte. Só um pequeno detalhe… Na região fronteiriça tinha algo muito peculiar, pois durante o dia fazia muito calor e durante a noite fazia muito frio. No outro dia fomos informados que não passaríamos naquele dia. Com as pessoas muito estressadas formamos uma pequena comunidade para conversarmos. As pessoas tinham muita dificuldade financeira e eu também estava com a “grana curta”. Por exemplo, para imprimir a documentação as pessoas cobravam em torno de 50 reais com o câmbio do dinheiro, ou seja, era tudo muito caro. Conversando, percebo que muitas pessoas estavam saindo da Bolívia para tentar a vida no Chile. Compartilhávamos histórias e era muito bacana pois era isso que fazia passar o tempo”.
Em um dado momento, ele questionou por que faziam isso e a resposta era clara. “ Eles diziam que o pensamento era que em outro país a situação seria melhor. Me marcou muito, pois eu vivi isso, ninguém me contou. Consegui auxiliar as pessoas no que elas precisam, fazendo o simples”, explica.
Por fim, ao ser questionado se possui algum hobby e algum talento especial o Irmão confidencia: “São vários, mas gosto de destacar muito que tenho muita facilidade com as palavras e uma das coisas que me encantam é escrever poesias, contos e histórias. Ah! Gosto de registrar minhas vivências”. E sorridente, ele brinca: “Quando dá certo, por conta da correria me dedico a culinária também” finaliza o Irmão.
Prioridades do Triênio
Uma das Prioridades do Triênio da PMBCS é a “Vida Consagrada e Província mais simples”. Com o intuito de inspirar colaboradores sobre a vida religiosa dos Irmãos Maristas a equipe de Comunicação e Marketing Institucional tem feito entrevistas com os Irmãos buscando apresentar aspectos de sua vida comunitária e trajetória na missão Marista.
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