“Cultura, animação vocacional e vida consagrada” é o tema da etapa atual da campanha Prioridades do Triênio, promovida pela PMBCS, neste primeiro semestre de 2020. Para aprofundamento deste assunto, contamos com a experiência de um Irmão que lida diretamente com estes pilares da Província, em seu dia a dia.
Confira a entrevista com o Ir. Cezar Cavanus, Conselheiro Provincial e animador de comunidade, sobre o serviço de animação vocacional e as atividades da Diretoria de Vida Consagrada.
A etapa atual da campanha aborda o tema “Cultura, animação vocacional e vida consagrada”. O senhor poderia comentar como é atuar como um animador de comunidade na PMBCS, acompanhando os Irmãos, casas de formação, cursos, etc.?
Ir. Cezar: A convite do Irmão Provincial e seu Conselho, o animador de comunidade é o Irmão convidado a assumir um serviço da autoridade, a exemplo de Cristo aos demais membros de determinada comunidade. Conforme nossa Regra de Vida, o Irmão animador é convidado a ser o primeiro a servir na simplicidade os demais Irmãos. Portanto, traduzindo para uma linguagem mais simples, é convidado a exercer o papel de pai e de mãe em nossa família (comunidade). Exerce esse papel de animador e líder, estimulando e acompanhando a todos os Irmãos nas atividades e vivências de cada comunidade Marista. Recordo que o animador é aquele que também está preocupado com os exercícios espirituais da comunidade e de cada Irmão, bem como seu crescimento como pessoa.
Na Diretoria de Vida Consagrada, minha missão é acompanhar os animadores de todas as comunidades da Província (hoje temos o total de 20). Destas, duas tem a presença de formandos e são denominadas casas de formação. Nelas, faço um trabalho de acompanhamento dos formandos juntamente com a equipe formativa. Após a passagem pela casa de formação, o jovem Irmão também é convidado a encontrar-se e receber o acompanhamento de um Irmão de referência para ele, os Irmãos que me auxiliam nesse trabalho são os Irmão Otalivio e Anacleto.
Portanto, a missão da Diretoria de Vida Consagrada é de organizar encontros de animadores comunitários, encontros de formadores da Província, encontros de jovens Irmãos e garantir uma boa caminhada de Irmãos e formandos no que diz respeito à formação e aprofundamento de elementos que possam garantir que vivamos, como religiosos, uma vida religiosa significativa diante de Deus e diante dos homens.
E como é feito esse serviço a todas as comunidades e Irmãos?
Ir. Cezar: Temos encontros anuais de animadores, encontros anuais de formadores, em que procuramos auxiliar a cada Irmão no processo de condução de sua comunidade, com momentos de partilha de experiências e formações. Em relação às casas de formação, tenho procurado visitar as mesmas para acompanhar o processo formativos dos formandos e a caminhada individual de cada um. Anualmente, também são oferecidas formações das mais diferentes áreas a todos os Irmãos da Província. Também oferecemos, a cada dois anos, os retiros para Irmãos e retiros para Irmãos e Leigos(as).
Saliento ainda que não fazemos um trabalho isolado na Província, mas seguimos as orientações do governo geral, como também da UMBRASIL e da Região América Sul, onde há grupos de reflexão e grupos de trabalho que desenvolvem ações pensadas a todos os públicos acima mencionados.
O que o senhor destacaria como pilares da animação vocacional Marista?
Ir. Cezar: Em relação à animação vocacional, acredito que como Maristas temos alguns elementos que são muito fortes e que geram curiosidade para muitos adolescentes e jovens. Nosso carisma de educar com um jeito próprio e uma espiritualidade marial e apostólica são características que garantem essa força. A partir desse despertar, convidamos aqueles jovens interessados para fazerem um itinerário de conhecimento pessoal e institucional.
Creio que os pilares para uma boa animação vocacional nesse processo partem de algumas características próprias do ser Marista: uma presença significativa junto a eles; uma acolhida incondicional a todos; uma espiritualidade marial; e a apresentação de um itinerário que formação que garanta a cada jovem a construção de seus projetos de vida, a formação e crescimento integral, possibilitando em clareamento na vocação que são chamados por Deus a assumir, sendo Marista ou a qualquer outro estado de vida junto à sociedade.
Como o senhor costuma se preparar e se renovar, para manter a animação vocacional viva e atenta aos novos tempos?
Ir. Cezar: Tanto na esfera pessoal como provincial, quem trabalha com público juvenil necessita estar muito atento aos movimentos que acontecem no mundo. Atualizar e renovar é fundamental para que o carisma e nossa missão sejam significativas junto aos nossos adolescentes e jovens. Procuramos promover formações relativas a diferentes temas, bem como buscamos formação fora para garantir que estejamos preparados para ser presença significativa junto a eles. Particularmente, saliento também que as boas leituras fazem parte dessa caminhada.
Em relação especificamente às equipes de animação vocacional, elas se encontram pelo menos duas vezes ao ano para partilha e formação. Além de outros cursos que eventualmente surgem durante o ano, seja internos ou externos. Acredito que temos uma cultura forte de formar nossos colaboradores e Irmãos para fazerem a diferença nos espaços em que se fazem presentes.
Esse papel envolve uma grande responsabilidade e uma consciência da diversidade, ao lidar, por exemplo, com Irmãos mais jovens e outros mais idosos, com diferentes origens e histórias de vida. Como é acolher essas diferenças e, ao mesmo tempo, incentivar a união pela mesma missão?
Ir. Cezar: Realmente, como consagrados, quando vivemos essa vocação na profundidade, é possível superar as diferenças que nos cercam com outros olhos. Elas acabam sendo complementação e riqueza para todos. Que triste e monótono seria se fossemos todos iguais, na mesma faixa etária… Perderíamos muitas riquezas que são vividas e compartilhadas para a riqueza de cada um.
Cada Irmão e formando sempre é convidado a desafiar-se no crescimento dos ‘interes’. O próprio governo geral, nos últimos anos, tem nos chamado a sermos Irmãos para o Instituto, Irmãos para o mundo. O movimento a nível de Brasil, de Região América Sul, tem caminhado nessa direção. Imagine como é rica a vivência de nossos jovens que estão fazendo o Noviciado interprovincial da Região América Sul, em Cochabamba, na Bolívia… Muitas diferenças e riquezas, sempre convergindo para um único: Maristas do jeito de Maria!
Saiba mais sobre a campanha Prioridades do Triênio e as etapas já realizadas.
