Você sabia que a iniciativa do Mês da Bíblia existe no Brasil desde 1971? A saber, setembro foi escolhido por consequência do Dia da Bíblia Católica (30/09), data eleita em homenagem a São Jerônimo. Ou seja, ao patrono das Sagradas Escrituras, que foi o responsável pela tradução deste conteúdo do grego e do hebraico para o latim.

Para setembro de 2023, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe o estudo da carta aos Efésios. E traz como tema principal a inspiração bíblica “Vestir-se da nova humanidade” (Ef 4,24). O que nos faz lembrar de que a real compreensão da Palavra de Deus se dá quando a levamos para a prática. Isto é, quando nos “revestimos” de Cristo e de seu amor. 

Mês da Bíblia - CartazReflexão Marista para o Mês da Bíblia

Na arte que as Províncias da Região América Sul compartilham para as divulgações deste mês, vemos a Bíblia em destaque pela cor azul. A cor da identidade Marista, que também está fundamentada nos ensinamentos das Sagradas Escrituras. Sobretudo ao nos inspirar a seguir Jesus do jeito de Maria. Seja jovem, seja experiente. Seja pela leitura da Bíblia propriamente dita, seja pela cantoria de mensagens que emergem dela. A Palavra Sagrada é luz que ilumina o caminhar de todos nós.

Junto com a ilustração, o cartaz também traz uma mensagem importante, sobre direcionamento. Sobre um norte que nos ajuda a encontrar o caminho.

A Bíblia, em muitos sentidos, nos guia em diferentes momentos da vida. Dois exemplos. Os salmos falam de diferentes sentimentos humanos, como a dor, a perda, a frustração, a alegria, a gratidão. Rezar os salmos nos ajuda a orientar nossos sentimentos e a tomar decisões com acerto e com tranquilidade. Os evangelhos mostram o jeito de Jesus falar e agir. Também nos orientam em nossas ações, mas de forma provocativa. É uma bússola que nos tira do marasmo e da inércia, e nos guia a novos caminhos”, explica João Fedel.

Conhecer para compreender

De acordo com João Fedel, especialista de Identidade, Missão e Vocação da PMBCS, o Mês da Bíblia cumpre um papel de aproximar os cristãos desse conteúdo. “Para muitas comunidades, a Bíblia realmente está no centro de suas atividades, de sua oração, de seus estudos. A proposta de se celebrar todo ano, em setembro, a Bíblia é ocasião para isso. Um aspecto importante é a escolha de um livro para estudo e oração. Com isso, diversos subsídios são preparados, incluindo vídeos e podcasts, que ajudam o grupo em seu caminho”.

Assim, as atividades realizadas em setembro ajudam a estreitar a relação com esses textos tão ricos. Tanto para quem já tem familiaridade com a Bíblia quanto para quem quer dar os primeiros passos nessa leitura.

Leitura e experiência viva

Para quem sente receio por achar que a interpretação da Bíblia pode ser difícil, João Fedel deixa uma mensagem de incentivo.

“A Bíblia é um livro formado de muitos livros, escritos num arco de tempo bem grande, de mil anos ou mais ainda. Isso é suficiente para mostrar sua complexidade. Então é justo dizer que é um livro que precisa de cuidados para ser interpretado. Por outro lado, ele é um livro que ganha vida na comunidade, na leitura e oração pessoal, na animação da liturgia. Nesse sentido, ela deve ser lida com a vida, deve ser interpretada a partir da experiência pessoal e comunitária. Por fim, é possível dizer que há muitas portas de entrada na Bíblia. Cada um pode escolher a mais adequada para o momento que vive: se leio para aprender, se leio como oração, se escuto na celebração, entre outras possibilidades”, destaca o especialista.

Inspiração 

E esse exercício de leitura, reflexão e atualização para nossos tempos vale a pena, sem dúvida. Para João, por exemplo, as Sagradas Escrituras estão presentes no cotidiano, de diversas formas. 

“A Bíblia, para mim como cristão, é palavra de Deus. De muitos modos ela me inspira no dia a dia, nas minhas práticas, do jeito que assumo nas relações. Sobretudo, Jesus e seu projeto de Reino”, conclui.