Na Bíblia, o número de mulheres citadas não é tanto, comparadas ao número de homens. No entanto, quando surgem, as mulheres trazem uma palavra forte e uma atitude impactante. No Dia Internacional da Mulher, o colaborador João Fedel, especialista em Identidade e Missão da PMBCS, nos conta um pouco sobre três delas.  

Raab 

Raab morava em Jericó com a família e, segundo o livro de Josué, era prostituta. Talvez fosse estrangeira nessa grande cidade murada, cujo rei comandava com mão pesada. Certo dia, aparecem dois forasteiros, espiões hebreus que tinham ido para reconhecer o local. Ela os acolhe e escuta sua história. A notícia da presença dos espiões se espalha e logo vêm perguntar a ela sobre os dois hebreus. Ela tratou de escondê-los e disse aos emissários do rei que não os conhecia e que já tinham saído dos muros da cidade. Rei e sequazes acreditaram na história dela e a deixaram. Raab então foi falar com os hebreus, para assegurar sua vida e a de sua família: “Assim como eu tratei vocês com bondade, assim vocês tratarão com bondade a casa de meu pai”. Eles se foram, mas antes combinaram um sinal: um cordão escarlate a ser pendurado na janela da casa iria poupá-la e sua família da destruição. Assim foi, Josué e o povo veio e invadiu a cidade, arrasando tudo, mas a família de Raab foi salva. Não só, graças à sua coragem e astúcia, ela e sua família passaram a pertencer ao povo de Israel. (Josué 2 e 6)  

Sulamita 

Sulamita é a protagonista do poema de amor que está no Cântico dos Cânticos. Esse livro bíblico inicia provocando nosso exagerado pudor: “Que ele me beije com os beijos de sua boca!”. O poema conta a história de dois apaixonados que se buscam. O ambiente varia entre a cidade e o campo, entre o dia e a noite, entre o palácio e o jardim, entre o perder e o encontrar. É bonito ver que a amada tem voz como o amado, ambos trocam desejos e expressam seus sentimentos mais íntimos: “Vem, amado, saiamos para o campo, […] ali te darei os meus amores”. Lindo é o cuidado do amado por sua amada, de um jeito que põe em xeque nossos machismos e misoginias: “Não desperteis nem façais acordar a amada, até que ela o queira”. O lindo poema trata de uma relação saudável, amorosa e profundamente mística. (Cântico dos Cânticos)  

Priscila 

Priscila, ou Prisca, é esposa de Áquila. Ambos conheceram Paulo em Corinto, durante a segunda viagem do apóstolo pela Ásia Menor e pela Grécia. Eram judeus e eram artesãos especializados na construção de tendas. Paulo ficou com eles, ajudando-os nessa tarefa, pois tinha o mesmo ofício. Na Carta aos Romanos, Paulo faz uma linda saudação ao casal. Chama-os de colaboradores e agradece o apoio às comunidades de cristãos gentios. Também saúda todos os que se reúnem na casa dessa família ali fazem igreja. São os inícios, as primeiras comunidades de cristãos, com seus conflitos e suas conquistas. O casal sabe disso e vive essa solidariedade e comunhão. Notaram? Todo o tempo falamos dos dois, juntos, Priscila e Áquila, seja na casa, no trabalho ou na comunidade. Parece mesmo um jeito novo de viver a experiência cristã. (Atos dos Apóstolos 18,1-5; Romanos 16,3-5; 2Timóteo 4,19)  

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