Com o intuito de aprofundar as reflexões durante o período de preparação para o Natal, tanto individuais quanto em comunidade, a PMBCS preparou uma série de conteúdos. Sobretudo, sobre cada Domingo do Advento

No dia 11 de dezembro, celebraremos o deles. Por isso, João Luis Fedel Gonçalves – colaborador da Diretoria de Identidade, Missão e Vocação da PMBCS – compartilha mais um texto conosco. Em suma, esse é um convite para pensarmos no que está contido em nosso conceito de paz. 

11 de dezembro de 2022
3º Domingo do Advento
Paz aos seus

Alegoria da Paz e da Justiça - Corrado Giaquinto

Alegoria da Paz e da Justiça, de Corrado Giaquinto

Fernando VI, rei da Espanha no século 18, encomendou ao artista italiano Corrado Giaquinto uma grande pintura para representar as qualidades de sua liderança: Alegoria da Paz e Justiça. A inspiração veio do Salmo 85: “Justiça e paz se beijam”. Esse monarca buscou a conciliação com outros governos, e conseguiu em muitos casos, mesmo que isso tenha significado alguma “baixa”, como a dizimação de parte do povo guarani.

Será esse o tipo de paz que os anjos anunciam, como se lê no ícone do Natal: “Paz na terra aos seus”? Uma dica vem das leituras deste domingo, a começar pelo profeta Isaías. O povo que tinha sido levado longe de sua terra, expulso do próprio país, agora retorna. Não vem com armas, não são soldados fortes e violentos, mas gente de mãos enfraquecidas e de joelhos debilitados. A essas pessoas fragilizadas Deus dá novamente o ânimo, a saúde, a coragem, a alegria.

O tempo de Jesus também foi bem conturbado, apesar de ser conhecido então como o período da “pax romana”, a paz de Roma para todo o império. Essa aparente tranquilidade era mantida por meio do medo e da violência. Uma das vítimas desse modelo de paz foi João Batista, preso e condenado. Alguns de seus discípulos procuram então Jesus, para saber de que parte ele estava nessa história.

Jesus pede aos amigos de João para voltarem e lhe contarem o que estão vendo: “os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados”. João poderá entender que o sinal da presença de Deus, que traz justiça e paz, é a vida para as pessoas desfavorecidas.

Para os demais, Jesus lança uma pergunta provocadora: que tipo de paz buscam quando vão até João no deserto? Seguramente não é a que se encontra nos palácios, nas roupas finas, na palavra agradável. Com seu despojamento e firmeza de palavra, ele é um profeta, é mais que um profeta, é o maior entre os nascidos. Jesus provoca de novo. Se João é grande, maior que ele é o menor no Reino dos Céus, afirma. Não se trata, entretanto, de hierarquia, mas de acolhida da proposta de Jesus, que anuncia e traz presente o Reino de justiça, de paz, de alegria.

No mesmo Salmo 85, dois versículos antes, o autor exprime um desejo: “Quero ouvir o que o Senhor irá falar”. O autor mesmo responde: “Ele anunciará a paz ao seu povo”. Essa é a maneira de vivermos bem a preparação para o Natal: ser, como João e Jesus, portadores de paz e promotores da justiça. Do beijo da justiça e da paz brota uma alegria imensa. Por isso, como propõe a liturgia da Igreja neste terceiro domingo do Advento, alegremo-nos, porque a salvação se avizinha.

Campanha de Natal 

A saber, a campanha de Natal da PMBCS, neste ano, chama a atenção justamente para o versículo bíblico: “E paz na terra aos seus” (Lc 2,14). Dessa forma, assim como a liturgia deste 3º Domingo do Advento, nos faz lembrar que o desejo de paz à humanidade foi dos primeiros frutos do nascimento de Jesus.

Tendo em vista o momento em que vivemos, fica para todos nós o desafio de levar essas reflexões também para a prática. Para nosso dia a dia. Para que a paz seja uma escolha e guie ações.

>>> Veja mais sobre a campanha.
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